segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sansão, a luz que se apagou


“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” Mt 6:22-23

Hoje vamos estudar a vida de um personagem muito conhecido em nossos dias como a história de “Sansão e Dalila”, o livro de Juízes na bíblia nos relata a história de Sansão em quatro capítulos (13 ao 16). Como um pecador pode se relacionar com um Deus Santo, e como preservar o caráter santo e moral?  É exatamente o caráter santo e moral que vamos aprender com a vida de Sansão. O nome Sansão significa “brilho ou ensolarado” uma luz que nasceu de uma mulher estéril (Jz 13:3) pois o Anjo do Senhor apareceu a seus pais e disse-lhes que o menino seria nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe e ele seria o homem que começaria a livrar Israel do poder dos Filisteus (Jz 13:4-5). Seu nome quer dizer luz, porém, no fim da sua vida este juiz que julgou Israel vinte anos (Jz 15:20) encontrou trevas, porque foi cegado pelo mesmo inimigo que deveria ter conquistado.

 O nascimento de Sansão – Jz 13:1-5
Tendo os filhos de Israel tornado a fazer o que era mau perante o SENHOR, este os entregou nas mãos dos filisteus por quarenta anos. Havia um homem de Zorá, da linhagem de Dã, chamado Manoá, cuja mulher era estéril e não tinha filhos. Apareceu o Anjo do SENHOR a esta mulher e lhe disse: Eis que és estéril e nunca tiveste filho; porém conceberás e darás à luz um filho. Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda;  porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus.

O voto de Nazireu
O Termo nazireu vem de uma palavra hebraica que significa “separar, consagrar”, os nazireus consagravam-se de maneira especial ao Senhor. Em Números 6:1-21 diz que os nazireus tinham que se abster de vinho e de bebida forte, nem comer uvas frescas e nem secas. Não podiam comer coisa alguma que se fazia da vinha, deixando crescer livremente o cabelo não podendo cortá-lo. Eles também não podiam tocar nem se aproximar de nenhum cadáver, nem mesmo dos membros da sua família para não se contaminarem.
Sansão tinha uma missão em sua vida, que era começar a livrar o povo de Israel das mãos dos Filisteus. Quando Israel conquistou a terra de Canaã o povo filisteu deveria ter sido exterminado como Deus ordenara, como Israel não obedeceu a Deus, estes os incomodaram por muitos anos.

O Crescimento de Sansão – Jz 13:24-25
Depois, deu a mulher à luz um filho e lhe chamou Sansão; o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou. E o Espírito do SENHOR passou a incitá-lo em Maané-Dã, entre Zorá e Estaol.
Sansão cresceu com a benção de Deus, o Espírito de Deus o despertou para sua missão, pois ele crescia nos ensinamentos da Lei de Deus e em consagração.

O casamento de Sansão – Jz 14:1-20 (Sansão transgride a lei de Deus e se contamina)
Sansão cresce! E como todo jovem Sansão quer conhecer coisas novas, experimentar coisas que ele ainda não havia provado, ter novas experiências. É aí que começa a decadência da vida consagrada de Sansão. Sansão começa a trazer para sua vida tudo aquilo que os seus olhos desejam, não importando mais com a Lei de Deus. Ele começa a desprezar os ensinamentos de Deus desobedecendo a seus pais. Sansão desce para região de Timna e ali avista uma moça, filha dos filisteus. Esta moça agradou os olhos de Sansão e ele a pediu em casamento. Aqui começa a decadência de Sansão, pois neste relato Sansão transgride a lei de Deus pela primeira vez quando resolve se casar com uma filistéia. Em Deuteronômio 7:1-3 diz que o povo de Israel não poderia fazer aliança com outra nação, muito menos uma aliança matrimonial com os filhos dessas nações. Sansão conhecia muito bem a lei e não se importou em agradar a Deus e sim o seu próprio coração. Este foi o primeiro erro de Sansão. Logo em seguida Sansão comete o segundo erro, passar pelas “vinhas de Timna”. Como vimos no início do estudo Sansão era nazireu, e o que ele era proibido de comer e beber? Tudo o que provinha da uva. O que será que levou Sansão a passar por este caminho? Ele desceu com seus pais, provavelmente ele se desviou do caminho deles dando alguma desculpa e foi pelo caminho que agradava seu coração. Neste caminho ele encontrou seu primeiro obstáculo, um leão novo que saiu ao seu encontro. Mas o Espírito Santo de Deus deu forças para Sansão vencer seu inimigo. Este leão parece mais uma advertência, mas será que Sansão entendeu assim? Creio que não, pois logo em seguida Sansão comete outro erro, ele se contaminou tocando em um cadáver. Depois de algumas semanas Sansão volta pelo mesmo caminho para visitar sua noiva, e ali encontra o corpo do leão. Provavelmente se gabando pelo seu feito. Ali ele avistou um enxame de abelhas com mel sobre o leão. Tomou o favo de mel e foi andando e comendo e ainda deu aos seus pais sem que eles soubessem de onde vinha aquilo. Sansão se divertia com seu pecado. Sansão foi vencido pela concupiscência da carne (apetite sensual) quando desejou aquela mulher, pela concupiscência dos olhos (grande desejo de bens materiais) quando passou pelas vinhas e pela soberba da vida quando voltou para ver o leão morto e se contaminou com ele.
“porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.” (1 Jo 2:16).

O Enigma de Sansão - Sansão brinca com o seu pecado
Como não bastasse, Sansão faz um banquete para celebrar seu casamento. Sansão deveria estar guerreando com seu inimigo e não se aliando com ele. No banquete Sansão cria um enigma para ser decifrado, e quem decifrasse receberia um prêmio. Seu enigma era: “Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura” (Jz 14:14). Sansão agora brinca de fazer xaradas com o seu pecado. Hoje em dia tenho observado muitas vidas entregues a vícios como cigarros, bebidas, drogas e tiram sarro como “o que não mata engorda” e por aí vai. Sansão brincou e no fim só lhe restou uma saída, custou um preço muito alto.
Como ninguém conseguiu decifrar o enigma de Sansão, os filisteus disseram para a noiva de Sansão o persuadir para lhes revelar seu segredo. Foi dito e feito, ela o incomodou tanto que Sansão lhe contou seu segredo. Podemos aprender com o erro de Sansão três coisas, como o nosso inimigo age, ela o:
  • O seduziu
  • O dominou
  • E o traiu
É assim que nosso inimigo age em nossos vidas, primeiro ele nos seduz naquilo em que somos fracos, ou seja, em nossa própria cobiça, depois nos domina e assim nos trai. É aí que descobrimos que fomos iludidos, enganados. Sansão poderia ter aprendido com esta experiência uma lição grandiosa em sua vida, pois foi exatamente o que Dalila iria fazer com ele tempos depois. Quantas experiências teremos que passar para aprendermos a lição? Uma hora esta força vai acabar.

Sansão põe fogo às searas dos filisteus – A vingança de Sansão
Sansão não lutou contra os filisteus pela causa de Israel, mas, pelos seus conflitos pessoais.
Depois de descobrirem seu enigma Sansão matou trinta homens e voltou para casa de seus pais. Quando voltou para buscar sua noiva seu sogro havia entregado ela ao seu companheiro, pelos tantos problemas que havia causado. Sansão se enfureceu com isso, e colocou fogo nas searas dos filisteus. Amarrou tochas na calda de trezentas raposas e as soltou nas searas queimando tudo que havia ali. Sansão não lutou com a nação ao seu lado, diferente de Neemias e Davi, que lideraram o povo para reconstruir os muros de Jerusalém e guerrear contra os próprios filisteus, pois ele lutava sozinho e pelos seus interesses pessoais. Não foi sem motivo que o povo de Judá entregou Sansão amarrado para os filisteus. Vemos aqui pela primeira vez um Juiz sendo entregue pelo seu povo nas mãos do inimigo devido aos grandes problemas que ele causava. Sansão deveria estar unindo a nação para guerrear e não planejando um casamento.

Sansão conhece Dalila – Jz 16:1-22
“Depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila” (Jz 16:4). Dalila vem do termo hebraico “dalal” que significa “enfraquecer, empobrecer”. Depois de Sansão ter matado mil homens com uma queixada de jumento, ele se envolve com uma prostituta em Gaza. Sansão inicia novamente seu ciclo de falhas. Ao contaminar-se com a prostituta, Sansão conhece Dalila, uma mulher do vale de Soreque (ficava entre Zorá e Timna na fronteira de Judá com a Filístia). Lá existiam as maiores casas de prostituição. Sansão mergulhou de cabeça na sujeira sexual dos filisteus. Os príncipes dos filisteus ofereceram dinheiro para que ela viesse a persuadir Sansão para descobrir de onde vinha sua força e qual era o seu segredo. Mais uma vez a história se repete, Sansão é novamente:
  • Seduzido
  • Dominado
  • E traído
Dalila persuadiu Sansão três vezes, e não conseguiu arrancar dele seu segredo.

Primeira tentativa: Dalila amarra Sansão com sete tendões frescos;
Segunda tentativa: Dalila amarra Sansão com cordas novas, jamais usadas antes;
Terceira tentativa: Dalila tece as sete tranças do seu cabelo com a urdidura da teia e prende em pino de teares;
Repare que na terceira tentativa, Sansão deu a dica de onde vinha sua força. Sansão mais uma vez brincou com aquilo que representava sua consagração a Deus.
Sansão não sabia que em todas estas tentativas os inimigos estavam eu seu quarto, e quando Dalila gritava que os filisteus estavam chegando ele se libertava com facilidade.
Dalila começou a importunar Sansão de tal maneira que apoderou-se da alma dele uma impaciência de matar (Jz 16:16). Neste instante Sansão conta a Dalila seu segredo.
“Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem” (Jz 16:17).

Quarta tentativa: Dalila fez dormir Sansão em seus joelhos e tendo chamado um homem este veio e lhe raspou as sete tranças.
“E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o SENHOR se tinha retirado dele. Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza; amarraram-no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere” (Jz 16:20-21).
O pecado faz isso em nossas vidas:
  • Cegar
  • Amarrar
  • Moer
Sansão agora era espetáculo para os filisteus, pois eles o prenderam no cárcere e davam uma festa em comemoração pela sua conquista, pois louvavam seu deus Dagom. Chamaram Sansão e se divertiam zombando dele. Que triste fim, uma luz que terminou em trevas. Sansão foi perdendo pouco a pouco tudo que ele tinha para seu inimigo, até que o Senhor já não estava mais com ele para o livrar. Quando entristecemos o espírito Santo de Deus nossa vida fica assim, nós perdemos aquela força que tínhamos, a alegria, a paz, o amor, o domínio próprio, pois tudo isso procede do espírito. 
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5:22-23).

Sansão clamou ao Senhor que lhe desse forças pela última vez para terminar com aquela humilhação, e Deus concedeu, e ele morreu com todos que estavam ali, chegando a três mil o total de pessoas mortas. É isso que o Diabo quer fazer com as nossas vidas, tirar tudo que é consagrado ao Senhor, para que sejamos espetáculo aos olhos das pessoas.
Sansão morreu de forma humilhante, desonrou o nome de Deus, envergonhou sua família e toda a nação. Muitos de nós estão se suicidando dia após dia, aos poucos.
Não espere estar em um leito de hospital para se arrepender de seus pecados e morrer. Sansão só foi enxergar isso depois de ter perdido seus olhos, aquilo que lhe fez tropeçar a vida toda. Viva o melhor desta terra, ame ao Senhor de todo o coração, preserve seu caráter SANTO E MORAL.

Os heróis se vão e nós também - Juízes 16

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