terça-feira, 15 de abril de 2014

Os Dez Mandamentos: Introdução



Caro leitor, este mês daremos início a uma seqüência sintetizada de estudos sobre a lei moral de Deus compreendida resumidamente nos Dez Mandamentos em Êxodo 20:1-17. Iremos adotar o método de exposição bíblica com base na Teologia Reformada. Os quatro primeiros mandamentos contêm os nossos deveres para com Deus, os outros seis, os nossos deveres para com o homem.
O que é Lei moral? Vejo muitas pessoas, até mesmo membros de igrejas, ignorarem os ensinamentos do Antigo Testamento por ser relacionado ao período da “Lei e os Profetas”. Veremos a seguir os três aspectos da Lei de Deus:
1.       A Lei Civil: Aplica ao povo ou ao Estado de Israel. Ex: Crimes praticados contra propriedades e suas respectivas punições.
2.       A Lei Cerimonial: É a legislação levítica do Velho Testamento. Ex: Tudo que envolvia sacrifícios de animais, rituais, símbolos cerimoniais e etc.
3.       A Lei Moral: Representa a vontade de Deus para com o homem, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus deveres para com Deus e para com os homens.
A Lei Civil aplicava-se a sociedade civil do estado teocrático de Israel, sendo específica para aquela época, não sendo aplicado normativamente em nossa sociedade. O aspecto Cerimonial cumpriu-se em Cristo: o cordeiro, o sacerdote, o rei, o profeta e outros. Este aspecto se tornou obsoleto, não sendo mais necessário um mediador, pois todos os rituais do passado foram cumpridos em Jesus Cristo, o Mediador (Hb 8:13). A Lei Moral é o aspecto válido em nossos dias e em todos os tempos e ocasiões, pois tem a finalidade de revelar ao homem seus deveres, auxiliando-o a discernir o bem do mal, o que agrada a Deus e o que lhe desagrada (Sl 19:11,12).
O homem jamais foi capaz de cumprir a lei de Deus, somente Cristo foi capaz de cumprir e sofrer a maldição dela em seu lugar (Gálatas 3:13 e Mateus 5:17). “Cristo não fez nenhum acréscimo a Lei, ele somente a restabeleceu em sua inteireza, isto é, limpou-a das mentiras dos fariseus, com as quais eles a tinham obscurecido” (CALVINO, As Institutas, Vol. I, III, 8). O homem depois da queda, ou seja, ao cair no seu estado de pecado tornou-se incapaz de operar algum bem pela sua própria vontade, somente pela graça ele tem condições de fazer o que é bom (Confissão de Fé de Westminster 9:3 e Catecismo Maior de Westminster 94 e 95). Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado” (Rm 8:3). “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém é justificado” (Gl 2:16).
Embora ninguém seja justificado pela lei, ela continua tendo seu valor. A Lei Moral é importante para nos ensinar sobre os nossos deveres para com Deus e para com o próximo. Ela mesma nos convence que somos incapazes de guardá-la e obedecê-la, por isso é necessário olharmos para Cristo, aquele que nos libertou na cruz, “porque o fim da lei é Cristo, para a justiça de todo aquele que crê” (Rm 10:4).
No próximo mês estudaremos o primeiro mandamento. Até lá!

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