quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O Sétimo Mandamento



“Não adulterarás” (Êx 20:14)

Caro leitor, inicio este estudo com a triste realidade em que estamos vivendo, pois é grande o número de divórcios em nossa sociedade, e o pior, o adultério vem sendo praticado entre pessoas cristãs e atuantes na igreja.
A finalidade do sétimo mandamento é mostrar que Deus ama a pureza e a castidade, ele exige que nos afastemos de toda impureza. Nossa vida deve ser regrada pela castidade no corpo, mente, palavras e comportamento (Catecismo Maior de Westminster 138, 139). O que isso significa? Que este preceito proíbe todas as formas de prostituição e de dissolução (Ef 4:17-24). O adultério é um pecado tão sério que, assim como no quinto mandamento, quem cometesse tal ato era punido de morte conforme descrito no Antigo Testamento (Lv 20:10; Dt 22:22). O adultério é apresentado pela Bíblia como uma forma de defraudação ao nosso próximo (1 Ts 4:1-8), o problema é que este caminho leva para sepultura, pois é caminho de morte e são muitos que estão sendo enganados sem saber que isto lhes custará a vida (Pv 7:22-27). A severidade do castigo é tão grande que em provérbios 6:25,26 vemos o preço que se paga por uma prostituta é comparado a uma refeição, porém a de uma adúltera é a própria vida da pessoa, é o mesmo que brincar com fogo (Pv 6:27-29). O adultério começa com o desejo do coração instigado pelo olhar com intenção impura (Mt 5:27-32).
O casamento é uma instituição divina (Gn 2:18-25; Mt 19:6), criado e ordenado por Deus para a raça humana. Deus criou o casamento para a vida toda, para ser permanente. A união entre o marido e a mulher não é temporário (Ml 2:14-16; Rm 7:2). O homem foi criado em tal condição em que não deve viver solitário, mas deve ter uma auxiliadora semelhante a ele. A companhia fora do casamento é maldita diante dele. Deus odeia o divórcio (1Co 7:10,11) e ele punirá todos os dissolutos e adúlteros (Hb 13:4). Aquele que se divorciou não deve se casar de novo, exceto por motivos de relações sexuais ilícitas por parte do cônjuge, pois aquele que se casa novamente comete adultério (Mt 5:32; 19:9).
O casamento não é sacramento (Lei Eclesiástica) conforme ensinado pela Igreja Católica Romana como meio de se obter graça, este modelo sujeita o relacionamento entre marido e mulher ao controle da igreja. O casamento como contrato bilateral (Lei Civil) é inadequado, pois ele abre portas para vários arranjos conjugais proibidos nas Escrituras como: casamento “legal” entre pessoas do mesmo sexo, poligamia e casamento incestuoso. Não quero dizer com isso que casamentos realizados diante de um oficial público não sejam válidos, pelo contrário são legítimos, quem se une com alguém de forma amigada comete fornicação, quero apenas mostrar que este modelo fica aquém daquilo que as Escrituras ensinam. O casamento é um pacto, um vínculo sagrado (Lei Divina) entre um homem e uma mulher, instituído por Deus e firmado diante dele conforme já definimos anteriormente. 
O casamento é “digno de honra entre todos” (Hb 13:4), a exceção é somente para aqueles que possuem o dom da continência, ou seja, ficar solteiro é um dom conforme mostrado pelo apóstolo Paulo em 1 Co 7:7 e não uma obrigação como fazem os padres, monges e monjas. O celibato clerical fundamenta-se no ofício dos sacerdotes levíticos que não podiam ter relações sexuais com suas respectivas mulheres quando se aproximavam do altar. Os pastores e ministros da igreja não tem mais este ofício.
O casamento dever ser santo, o leito conjugal deve ser conservado puro (Hb 13:4). Muitos casais tentam incrementar as relações sexuais assistindo pornografia, praticando sexo anal e outros. Essas práticas são abomináveis diante de Deus e tendem a levar ao adultério, pois nos afastam de Deus e nos privam de suas bênçãos. Quero terminar este estudo nas palavras de um dos pais apostólicos Crisóstomo (344-407): “O primeiro degrau da castidade é a virgindade imaculada. O segundo é o casamento mantido com fidelidade”. “A castidade é a coabitação do homem com sua mulher” (Paphnutius – Concílio de Nicéia reunido em 325). E nas palavras de João Calvino: “O amor do marido e da sua mulher, quando ambos vivem bem no casamento, é uma segunda espécie de virgindade” (CALVINO, As Institutas, I, p. 204, 2006).
Se você tem vivido com este pecado, arrependa-se, confesse a Jesus Cristo, ainda é tempo de voltar, a reconciliação com Deus e ao cônjuge é possível por intermédio do sangue da cruz de Cristo que nos concedeu o ministério da reconciliação (Rm 5:10,11; 2 Co 5:18,19; Ef 2:16; Cl 1:20; 1 Co 7:11).

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