sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O Oitavo Mandamento



“Não furtarás” (Êx 20:15)

Olá, estamos iniciando mais um ano tendo o privilégio de aprender mais dos preceitos de Deus através da sua palavra devido a sua graça e bondade com nossas vidas. Este mandamento tem sido negligenciado por pessoas de diversas classes sociais e esferas governamentais como líderes religiosos, políticos, pais, empregados e chefes.
A finalidade deste mandamento é mostrar que cada um deve ter somente aquilo que lhe pertence, visto que Deus repudia toda forma de bem adquirido com injustiça. Este preceito nos proíbe de tomar qualquer bem alheio de forma injusta e fraudulenta (Pv 13:11; Catecismo Maior de Westminster 141, 142).
Existem diferentes categorias de furtos e roubos. Existem aqueles que agem com violência e força para tomar os bens alheios, outros agem com malícia enganando e furtando com muita cautela. Outros, através de disfarces, agem fingindo serem pessoas direitas e justas, porém, privam o seu semelhante dos bens que lhe pertencem e ainda existem aqueles que com lisonjas e belas palavras conseguem para si o que deveria pertencer a outro.
Todos os meios utilizados pelos homens para enriquecimento com prejuízo de outros, afastando da sinceridade cristã e agindo com fingimento e astúcia enganando e prejudicando o próximo violam este mandamento, pois quem procede assim deve ser considerado como ladrão (CALVINO, As Institutas, I, p. 205, 2006).
As transgressões deste mandamento não são somente a de prejudicar nosso próximo tomando seu dinheiro ou propriedade, mas também quando deixamos de cumprir com os nossos deveres em atender nosso próximo (Tg 4:17; Pv 3:27). Quando assumimos um cargo devemos cumprir com as nossas obrigações e deveres, caso contrário estaremos retendo o que pertence a outros.
O empregado que não zela pelos bens entregues aos seus cuidados pelo patrão, o servidor público que vive na ociosidade por causa da sua “estabilidade” (2 Ts 3:10), ou aquele que zomba do seu chefe e que planeja roubá-lo em secreto é para Deus um ladrão (Rm 13; 1 Pe 2:18-25; Tt 3). Da mesma forma, o chefe ou o patrão não devem tratar desumanamente os seus subordinados (Ef 6:9). Existem empresários que praticam especulação de suas mercadorias mesmo sabendo que existem pessoas pobres com necessidades de compra-las. Eles estocam seus produtos para encarecer os preços, explorando as necessidades dos outros em benefício próprio, isso é o mesmo que assalto (Pv 11:26). O mesmo vale para o salário mínimo. A bíblia se levanta com vigor contra a especulação que força a queda dos salários fazendo-os descer abaixo do mínimo vital (Dt 24:14-15). E se alguém retém o salário considerado justo ao seu empregado é um defraudador em seu labor.
Os ministros da igreja devem ensinar fielmente a Palavra de Deus, não pervertendo a doutrina da salvação, mas mantendo sua pureza, instruindo e exemplificando seus ensinamentos com suas próprias vidas (1 Tm 3:1-13; 2Tm 2:15; 2Tm 4:1-5; Tt 1; 1 Pe 5).
Os pais devem se dedicar a alimentar, instruir e dirigir os seus filhos, pois Deus os encarregou desses deveres. Para Calvino o pai que aconselha um filho a escolher uma profissão que seja mais rendosa é um mau conselheiro. Por que? Ele diz que não basta ter uma profissão que não venha ser proveitosa aos outros e servir ao próximo, toda profissão deve ser útil ao público e redundar em bênçãos para todos (Ef 4:28; Pensamento Econômico e Social de Calvino – André Biéler). Devemos escolher uma profissão em função do serviço a prestar e não o ganho a obter. Existem muitas famílias hoje que estão em pé de guerra por várias gerações brigando por marcos de divisas de terras (Dt 27:17; Dt 19:14-17).
Os governantes devem cumprir este mandamento exercendo sua autoridade cuidando do bem estar da nação, procurando manter a paz, julgando com justiça sem corrupção (Dt 17:14-20; 2Cr 19:4-11; Pv 13:13).
CONCLUSÃO: Cada um veja bem quais são seus deveres de ofício para com os outros, e procure cumpri-los lealmente, pois se não o fizer estará agindo como ladrão, retendo aquilo que não lhe pertence. “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Rm 13:8). E se hoje temos condições de cumprir esta ordenança devemos isso ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que nos capacita a cumprir a lei com a sua graça!

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