sábado, 12 de novembro de 2016

Aprendendo a lidar com o sentimento da tristeza através de uma cosmovisão cristã


Nestes últimos meses tive contato com vários tipos de músicas, filmes e livros que expressam experiências de sentimentos como de decepção, dor, tristeza e alegrias. Fazendo uma breve análise pude observar que há muitos casos em que a honestidade e a verdade é melhor apresentada naqueles filmes chamados de seculares do que aqueles filmes classificados como evangélicos ou gospel, por causa da má teologia que tem levado a má arte, uma teologia que só tem espaço para o “Tudo posso naquele que me fortalece” e não admite “Desventurado homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”. Muitos filmes cristãos têm se comprometido a produzir somente uma arte “vitoriosa”, e por isso deixam de apresentar algo honesto e verdadeiro para o público.

Um filme muito legal, na categoria de animação, é o “Divertida Mente”. Conta-se a história de uma garota muito feliz, que vivia em uma boa cidade, nunca casa legal, que estudava numa escola muito boa e com um ótimo relacionamento com os pais. Porém ela nunca soube lidar com a tristeza. Sempre que ela sentia triste com uma perda ou problema, a alegria não deixava. Assim que ela foi crescendo, e seus pais tiveram que mudar de casa, tendo que se sujeitar com uma casa inferior a que ela morava, uma escola inferior a que ela estudava, a garota não soube lidar com as mudanças e desafios. Quando a personagem que fazia o papel da alegria em sua mente percebeu o que ela tinha feito todos aqueles anos, ela perguntou para a tristeza qual foi sua lembrança mais importante, ela disse que foi quando a garota perdeu uma partida de hockey no gelo e ela pode compartilhar dessa tristeza com seus pais que a consolaram. Lembranças estas que a alegria não permitia que ficassem gravadas em sua memória.

Outro filme na categoria de drama é “A Escolha”. Tem uma cena neste filme em que uma criança leva seu lagarto para o veterinário ver o que ele tem, e ao descobrir que seu lagarto está morto, o veterinário, ao invés de ser honesto com a criança,  prefere mentir dizendo que está tudo bem e coloca outro lagarto em seu lugar para não deixar a criança triste. Novamente a alegria apresentada como objeto de vida do homem que não sabe lidar com a dor.

Um filme na categoria evangélica é “Deus não está Morto”. Para mim este filme não representa bem a realidade de um estudante cristão. Nunca vi qualquer aluno cristão realizar debates com professores mestres e doutores e sair “ganhando” no final, pelo contrário, o que eu vejo hoje, são jovens crentes criados em lares cristãos que estão perdendo sua fé exatamente por não estarem equipados para fazerem uma análise crítica de cosmovisões concorrentes que eles encontram na academia. Não estão prevenidos e armados de conhecimento, para pelo menos terem uma chance de lutar quando forem a minoria em suas salas de aula. Se a própria igreja com seus líderes não sabem debater estes assuntos de ciência e fé, como nossos filhos saberão?
Michael Horton conta uma história em seu livro “O Cristão e a Cultura” que o filme Dead Poets Society (Sociedade dos Poestas Mortos), estrelado por Robin Willians, emocionou uma família por se identificar com a morte (suicídio) semelhante ao que eles tinham vivido em sua casa, e porque o filme foi apresentado com honestidade. Daí essa pessoa lhe disse: “Se uma companhia cristã tivesse produzido o filme, o rapaz não teria terminado no desespero (suicídio), teria sido algo como o rapaz descobrindo um folheto na gaveta junto ao revolver ou encontrado a salvação de um outro modo”.

E pra terminar quero citar a canção da banda Coldplay chamada “Paradise”, que em minha opinião tem uma melodia muito boa, é original, inteligente e seu clip é criativo e bem humorado.
A música fala de uma garota que tinha grandes expectativas com o mundo e que acabou se decepcionando com ele ao passar pelas dificuldades e problemas da vida, passando então a sonhar com um paraíso.
O Clipe da música mostra um elefante (o vocalista) preso em um zoológico sonhando um dia encontrar com seus amigos em um lugar chamado paraíso. Quando ele foge do zoológico, ele atravessa o mundo com muita dificuldade e sem dinheiro, ele faz de tudo para conseguir uns trocados para comprar uma bike e chegar até o tão sonhado “paraíso”.

CONCLUSÃO:

Quantas vezes, diante de fatos que nos entristecem nós agimos como atores no palco da vida, tentando expressar com sorrisos aquilo que deveria ser expresso com lágrimas?

Deus não quer que sejamos um povo que esconde as suas dores. Deus não espera que escondamos os sentimentos. Deus ama aqueles que são quebrantados no rosto, que mostram o que sentem, que se apresentam inquietos e frágeis diante das tragédias da vida. E, na hora em que fazemos isso, Deus levanta um exército para nos ajudar e interceder por nós.

Mas aqueles que querem se mostrar como gigantes diante da vida não precisam de ajuda e morrerão sozinhos, agonizando uma dor que não expressam no olhar.

Não passe maquiagem nos poros de onde Deus quer fazer verter gotas de sangue, porque a sua fragilidade, quando demonstrada de forma transparente, faz parte essencial do processo de restauração (Sérgio Queiroz – Gloriosas Ruinas: Principio da Transparência).

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