quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Deveres Humanos vs. Direitos Humanos



“Nenhum direito a menos”, este tem sido o slogan dos estudantes de nossa sociedade pós-moderna. 

Agora, não somos cidadãos responsáveis, mas pessoas portadoras de direitos. O trabalho não é mais uma vocação, mas um emprego, e não é o meu dever servir o próximo, mas dever dos outros (geralmente do Estado) - (Daniel Bell)

Política é, na essência da palavra, abrir mão dos seus interesses pessoais para cuidar dos interesses da polis, da cidade, dos outros. Mas o que ocorre em nosso país não é isso; no Brasil parece que todo mundo acredita que tem direito a tudo – não se fala em deveres humanos; só em direitos humanos. Eu nunca vi uma tese sobre deveres humanos. Qual é o seu dever como ser humano? Quais são os seus deveres e não só os seus direitos?

A impressão que passa é que a maioria dos homens e das mulheres que ocupam cargos político-partidários está à procura não do bem comum, mas de interesses, direitos, prerrogativas e benefícios pessoais e oligárquicos. Não se pode falar em redução de gastos públicos. Que tal se nós começássemos a pensar também no outro e renunciássemos um pouco aos nossos direitos? Buscar seus direitos é ser justo; renunciar alguns deles em nome do amor, da comunhão e da restauração é ser cristão (Sérgio Queiroz).

Em nossos dias, os relacionamentos entre empregadores e empregados, marido e esposa, pais e filhos, trabalho e lazer estão todos se desintegrando. Cada um corre e trabalha para si mesmo, e não para a sociedade. Nessa visão de mundo hedonista, o trabalho perde o seu significado porque o homem perdeu o seu significado ante a face de Deus e, com essa perda, ele perdeu também a sua característica relacional, divinamente ordenada, para com o próximo (Michael S. Horton).
 
O pai que aconselha um filho a escolher uma profissão que seja mais rendosa é um mau conselheiro. Não basta ter uma profissão que não venha ser proveitosa aos outros e nem servir ao próximo, toda profissão deve ser útil ao público e redundar em bênçãos para todos (João Calvino, comentário de Efésios 4:28).
 
Até pouco tempo atrás (2013) os moradores das favelas de nosso país estavam consumindo com uma euforia ímpar. Não estavam se contentando com o básico, mas estavam buscando produtos que conferiam status. Estavam gastando toda a renda em eletrodoméstico, roupas, perfumarias e até com uísques. 69% das famílias pobres das favelas estavam endividadas, somente 37% estavam poupando. Seis em dez estavam endividados (Consultoria Boa Vista Serviços - Revista Exame).

Nossa sociedade atual está marcada pela corrupção, pelo crime e a desordem. 

Quando deixamos de cumprir com nossos deveres violamos diretamente o oitavo mandamento. As transgressões deste mandamento não são somente a de prejudicar nosso próximo tomando seu dinheiro ou propriedade, mas também quando deixamos de cumprir com os nossos deveres em atender nosso próximo (Êx 20:15; Tg 4:17; Pv 3:27).

O princípio da renúncia é abrir mão dos direitos para restaurar ou abençoar alguém, assim como fez Neemias, embora sendo governador, abriu mãos de seus privilégios como comida e tributos específicos do seu cargo para restaurar Jerusalém que estava em ruínas (Ne 5:14-16).

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2:5-8)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu filho tem dificuldades em prestar atenção?

Prestar atenção é uma habilidade difícil para todas as crianças. Dar nossa atenção corretamente é uma luta normal. Embora seja uma luta co...