sexta-feira, 10 de março de 2017

Bons princípios esvaziados do Senhor, “descristificados”, só podem servir ao ego


Eu tenho muita dificuldade em ouvir mensagens do tipo: “Seis passos para um casamento bem-sucedido”, ou “Quatro dicas para organizar sua vida”. Muitos conselhos podem até ser úteis, mas são fracos e não tem poder diante da Palavra de Deus. Eles expressam uma analogia superficial à sabedoria bíblica. Não passam de imitações da verdade bíblica.

O alvo da pregação do evangelho deve ser muito maior do que oferecer “dicas de vida”. Qual era o alvo do apóstolo Paulo em suas tantas cartas enviadas para tantas igrejas de tantos lugares? Que Deus abrisse o coração das pessoas para que tivessem conhecimento de Cristo no poder do Espírito Santo.

Vemos em Efésios capítulo 4:25-32 que Paulo ensina vários princípios importantes como:
  • Dizer a verdade e não mentir
  • Permanecer calmo e ter domínio da ira
  • Falar palavras construtivas e não destrutivas
  • Perdoar o próximo em vez de discutir, argumentar ao invés de mexericar

Estes são excelentes princípios, e em seu cerne está o conhecimento de Jesus Cristo, a razão pela qual obedecemos a verdade.

Por que devemos falar a verdade e não mentir? Porque somos um só corpo em Cristo e membros um dos outros.

Por que devemos resolver nossos conflitos de forma imediata? Para que o diabo não tenha onde pisar, fazendo conflitos interpessoais apodrecerem em dissensão.

Por que devemos falar de modo construtivo? Para não entristecer o Espírito Santo no qual fomos selados para o dia da redenção.

Por que devemos perdoar uns aos outros? Porque Deus nos perdoou em Cristo, e devemos fazer o mesmo.

Se o objetivo dessas mensagens são uma mera reforma de obter sucesso nos relacionamentos interpessoais eles não passam de bons princípios esvaziados do Senhor, pois são conselhos “descristificados”.

Fico imaginando como a igreja de hoje trataria um conflito semelhante ao de Paulo com Pedro em Gálatas 2. Ali vemos o Apóstolo Pedro se afastando dos gentios, deixando de comer com eles por causa da marca externa da circuncisão. A igreja estava prestes a se dividir em dois grupos: circuncisos (Judeus) e incircuncisos (Gentios).

O cerne da questão não foi: discriminação, racismo ou preconceito, embora tudo isso seja condenável aos olhos do Senhor, mas foi a repreensão de Paulo com Pedro diante de todos sobre justificação pela fé em Cristo Jesus e não através das obras da Lei. Se Paulo tratasse do problema concentrando-se nas palavras racismo, discriminação ou preconceito, a mensagem do evangelho teria sido suprimida e não conheceríamos umas das mais belas passagens bíblicas sobre a justificação pela fé em Cristo, mas veríamos o relato de homens glorificando o comportamento pecaminoso das pessoas ao invés de visar a glória de Deus.

Bons princípios esvaziados do Senhor, ou seja, “descristificados”, só podem servir ao ego.

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