terça-feira, 15 de agosto de 2017

O verdadeiro amor não exige reciprocidade



Amor é estar disposto a se sacrificar para o bem de outra pessoa sem exigir reciprocidade ou que a pessoa amada seja merecedora dele. Amor não é uma transação do tipo: “Se você coçar as minhas costas, eu coçarei as suas” (TRIPP; 2011, p.175,176).

O amor que exige reciprocidade não é verdadeiro, pois é motivado pelo retorno sobre o investimento, ou seja, está seguindo os princípios que guiam os relacionamentos humanos, os mesmos princípios dos publicanos, gentios, pecadores e cobradores de impostos (Mt 5:46-47; Lc 16:1-13). Se dermos as pessoas aquilo que faz com que elas se sintam receptores, elas tentarão nos devolver o que receberam. Este é o modelo de amor apresentado pelo escritor Gary Chapman, autor do livro "As cinco linguagens do amor".

Em seu livro você poderá observar uma expressão de um “tanque emocional vazio”. Este tanque precisa ser abastecido para que as necessidades do outro sejam satisfeitas (parece mais com a teoria de Maslow do que com os fundamentos bíblicos). Chapman diz que o mau comportamento, palavras ásperas e o espírito crítico em um relacionamento é devido ao vazio do “tanque emocional”. Estar com o tanque vazio de amor é motivo para maltratar os outros? Pagamos o mal porque nos fizeram o mal? (Mt 5:46-47). Se déssemos ao próximo o que ele espera, ele nos amaria de volta? Este é princípio para a chave do sucesso conjugal? Chapman justifica o adultério do marido devido este estar com seu tanque vazio, ou seja, sua mulher não supriu suas necessidades e por isso ele foi “empurrado” a buscar satisfazer suas necessidades fora do casamento. Este livro apresenta o “pobre adúltero”, como vítima bem-intencionada, carente e decepcionada pela incapacidade do outro em amá-lo do jeito certo. Não existe um chamado para encarar a si mesmo e temer ao Senhor e chegar ao arrependimento. Ele embeleza a cobiça em vez de chama-la pelo o que ela é aos olhos de Deus. Este livro apresenta nossas cobiças como pretexto de “necessidades emocionais” (POWLISON; 2010, p.221).

Ele também afirma que se as necessidades emocionais das crianças não forem satisfeitas, elas poderão violar os padrões aceitáveis, expressando ira para com os pais. Para ele, grande parte do mau comportamento das crianças e dos adolescentes advém de tanques vazios do amor. Não há ministração do evangelho de Cristo neste livro sobre educação de filhos, mas um mero sentimentalismo, onde os pais precisam satisfazer as necessidades de seus filhos (POWLISON; 2010, p.221).

Os casais de Gary Chapman não carecem de sangue, suor e lágrimas de Jesus. Estas pessoas não necessitam de ajuda e poder vindos de fora, não precisam que Jesus volte, porque a situação atual é boa o suficiente. Chapman jamais trata do fato de que até os desejos por coisas boas podem ser maus aos olhos de Deus (David Powlison). Eles desconhecem o arrependimento e o perdão por aquilo que almejam e vivem. É preciso arrepender-se de amar apenas a quem o ama, para aprender a amar verdadeiramente os inimigos, por amor a Cristo (POWLISON; 2010, p.223).

O verdadeiro amor recusa ser egocêntrico ou exigente, e procura maneiras específicas para servir, apoiar e encorajar, mesmo quando estiver cansado ou ocupado. Nós pecadores somos muito habilidosos em transformar bênçãos em necessidades. É muito fácil disfarçar algo como “necessidade pessoal”, quando na verdade não há nenhuma necessidade. Temos um Pai celestial que conhece exatamente nossas necessidades e devemos deixar que Ele defina as nossas necessidades (Mt 6:25-32).

Se você estiver interessado em amar apenas as pessoas que merecem, a verdade é que sua motivação não é o amor que tem por elas, mas ao amor que tem por si mesmo.

Se você quiser conhecer o verdadeiro caráter do seu amor por Deus, basta examinar a qualidade do seu relacionamento com a pessoa próxima a você. Seu amor pelo marido ou pela esposa é um barômetro exato do seu amor por Deus (Paul Tripp).

Cristo esteve disposto a ir para cruz e carregar os nossos pecados exatamente por não haver nada que pudéssemos fazer para ganhar, conseguir ou merecer o amor de Deus (1 Jo 4:7-12, 16b-21).

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