quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quando o temor do Senhor amadurece em você, Cristo torna-se irresistível!


Quando examinamos o histórico do relacionamento com nossos pais, adquirimos informações importantes no que diz respeito a nossa personalidade e o modo como nos comportamos hoje. Mas é preciso ressaltar, que, descobertas com relação aos relacionamentos passados não libertam as pessoas. A libertação vem do crescimento no temor do Senhor e não em descobertas da causa dos problemas. Descobrir a causa de um problema pode até ser importante, pode até trazer um alívio momentâneo, mas não é sinônimo de mudança ou libertação da vida de uma pessoa.

Uma menina que teve um pai barulhento, geralmente feliz, bem-humorado, sempre pronto a rir e fazer piadas, percebe que seu relacionamento com ele nunca teve uma interação em nível mais sério. A filha desejava ter uma conversa mais rica com ele, na qual ele a fitasse nos olhos e procurasse envolver-se com ela, mas isso nunca aconteceu. Ela desejava a atenção significativa do pai, mas ele sempre evitava qualquer interação que envolvesse expressão de sentimentos sérios, pois seu alvo sempre foi trocar o choro pelo riso de modo superficial. Essa falta de relacionamento com o pai, fez com que ela se apegasse a uma ficção (fingimento), para criar meios de evitar a dor, e tê-lo sobre seu controle. Uma maneira de evitar a dor era esconder de vista a pessoa que ela era (seus sentimentos, opiniões, ideias, e etc.) Ela queria mostrar apenas seu exterior, pois seu interior não era digno de atenção. Ela passou a enxergar-se como uma mulher sem substância, ou seja, uma pessoa que não merece ter uma interação séria, como um manequim bem vestido, mas sem vida, enfeitando uma vitrine.

Um menino que teve um pai imprevisível com a sua própria ira, geralmente ausente na educação e disciplina, sempre crítico, percebe que seu relacionamento com ele nunca teve uma interação equilibrada sobre instruções entre o certo e o errado, explosões de ira por coisas insignificantes e mentiras sempre fizeram parte deste relacionamento. Como consequência este rapaz veio a ser um homem quieto, agressivo e indeciso com relação a muitas áreas importantes de sua vida. Os conflitos que teve com o pai não foram oportunidades de prepará-lo em suas amizades, em seu ministério, em sua carreira e casamento. O exemplo que ele aprendeu com seu pai não foi de um homem pacificador que procurava respeitar os outros, conviver em harmonia com os outros, e o mais importante, amar os outros, mas, de exigir respeito por meio de uma agressividade odiosa.

Estas observações são importantes no processo de aconselhamento, mas é preciso saber que os sofrimentos de infância ou do passado podem ser perturbadores, mas a tendência de cair em tentações não surge de causas externas, mas de dentro de nós. Os sofrimentos, o diabo ou Deus não produzem nossos pecados. Somos atraídos pela nossa própria cobiça (Tg 1:2,14). Nosso coração não é passivo, o modo como eu ajo não foi determinada por uma causa externa. O passado oferece um contexto onde o coração ativo e obstinado se revela e se expressa. Quando nos identificamos e nos responsabilizamos por nossa incredulidade, amargura, maledicência, autopiedade e mentira, passamos a reconhecer que o nosso maior problema nunca foi nosso opressor, mas nosso próprio coração orgulhoso.

Nossa perspectiva não é de preparar nossos filhos para um mundo cruel sendo duros e cruéis com eles, não, a perspectiva de um cristão não é a agenda do mundo e seu mercado, e sim fazer a vontade do Pai por meio da revelação das Escrituras, ou seja, sendo pais amorosos que ouvem seus filhos, os tratam com respeito e amor e até pedem perdão quando erram com eles. Como resposta os filhos vão desejar reconciliar com seus pais pedindo perdão quando errarem e oferecendo perdão quando forem ofendidos.

Nós, pessoas convertidas a Cristo pela fé, somos descendentes de Abraão e herdeiros da mesma promessa (Gl 3:29). Quando Abraão foi chamado por Deus para deixar sua terra idólatra ele recebeu promessas maravilhosas, promessas essas que se estendem até hoje para nós cristãos. Deus declarou que todas as nações deveriam se abençoadas por meio dele. O verbo “abençoar” implica tanto uma ação reflexiva quanto passiva do verbo (Gn 12:1-3; 22:18; 28:14). Israel deveria ser um canal de bênção para as outras nações e elas deveriam considerar Israel como modelo para que fossem abençoados. Assim como uma candeia deve ser colocada em lugar alto para que sua luz brilhe, o povo de Deus estava no monte Sião para brilhar sobre as nações e abençoá-las. Aqueles que abençoassem Abraão seriam abençoados e aqueles que não o reconhecesse como um servo modelo, escolhido por Deus e viessem amaldiçoa-lo esses também seriam amaldiçoadas. O castigo que muitas nações sofreram foi por causa de sua rejeição a Deus. O Senhor havia garantido a Abraão que a maldição sobreviria àqueles que ridicularizassem, rejeitassem e se opusessem à sua descendência. Israel não deveria seguir os costumes das nações ao seu redor, pois ela era uma nação santa, separada. O problema é que Israel se misturou com outras nações, realizando casamentos e vivendo em paz com elas. Deixaram de ser modelo, e seguiram seus deuses pagãos. Deus usou as nações vizinhas para disciplinar Israel.

Assim tem acontecido em nossos dias, a igreja no Brasil pode se unir contra o “assunto do momento” que tem sido a homossexualidade e ideologia de gênero nas escolas, mas, esta mesma igreja, tem fechado os olhos para outros pecados. Quando Abraão mentiu dizendo que Sara era sua irmã e não sua esposa, muitas pessoas sofreram por causa do seu pecado (Gn 12:13,17; 20:1-18). Quando os pais cristãos mentem para seus filhos, ou quando o marido mente e comete adultério contra sua esposa e vice-versa, quando os cristãos usam palavras para destruir o próximo por inveja tentando transferir sua culpa, furtam o direito do próximo, cometem assassinatos em série por causa do seu ódio contra o próximo, amam o dinheiro e servem falsos deuses, eles estão se esquecendo das promessas feitas a Abraão de serem o modelo exemplar e de bênção para todas as famílias da terra, e, além de se tornarem responsáveis por muito dos sofrimentos existentes nos lugares para onde foram levados, também serão disciplinados pelos próprios inimigos.

Jesus diz: “Vinde...vinde...vinde” (Is 55:1). Ele convida você a se aproximar. Ele convida você a conhece-lo como o Maravilhoso que Ele é. Se esse convite não mexer com você, lembre-se que ele não diz “Vinde” apenas uma vez; ele o repete para você. Ele não poderia ter demonstrado o seu convite de maneira mais amável. Quando o temor do Senhor amadurece em você, Cristo torna-se irresistível (Ed Welch).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu filho tem dificuldades em prestar atenção?

Prestar atenção é uma habilidade difícil para todas as crianças. Dar nossa atenção corretamente é uma luta normal. Embora seja uma luta co...