segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Ter ou não ter filhos: analisando questões como aborto, contracepção, infertilidade e adoção (Parte 1)


Este mês daremos início a uma série de estudos sobre questões contemporâneas relevantes associadas ao casamento e família. Com exceção daqueles que foram chamados por Deus para ter o dom da solteirice (1 Co 7:7), o ideal divino é de casamento monógamo e vitalício coroado pela dádiva de filhos (Gn 1:28; 9:1; Pv 17:6; Sl 127:3; 128:3). Ter filhos é uma ordenança!
Estudaremos quatro questões que serão analisadas sob a luz das Escrituras, como: aborto, contracepção, infertilidade e adoção. As Escrituras aprovam o aborto? Quais métodos de contracepção são legítimos? Quais formas de controle de natalidade são moralmente aceitáveis? Quando o casal enfrenta uma grande provação que é a impossibilidade de ter filhos, ao lutarem com a infertilidade, quais são os princípios que devem ser analisados com relação aos métodos disponíveis através da Reprodução Medicamente Assistida (RMA)? Como o cristão deve se posicionar em relação a esses avanços tecnológicos? E por fim, o que as Escrituras falam sobre a adoção.
Iniciaremos com a questão do aborto. As Escrituras não aprovam o aborto. Os dois Testamentos ensinam que os filhos são bênção de Deus (Sl 127:3-5; Mc 10:13-16) e consideram particularmente hediondo matar crianças (Êx 1:16,22; Lv 18:21; Jr 7:31-32; Ez 16:20-21; Mq 6:7; Mt 2:16-18; At 7:19).
Deus tem conhecimento pessoal da criança ainda não nascida desde o momento da concepção no ventre materno: “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir” (Sl 139:13-16 - NVI). Outras passagens bíblicas semelhantes são: (Jr 1:15; Jó 10:9-12; 31:15; Sl 119:73; Ec 11:5; Gl 1:15).
As Escrituras ensinam que a vida humana se inicia na concepção e que não existe um “direito humano” de tirar a vida de uma criança não nascida. Portanto, o aborto deve ser considerado um ato não autorizado de tirar a vida humana antes do nascimento, o que é contrário à vontade de Deus (KOSTENBERGER; JONES, 2011, p.128-130).
O homem não é soberano. O líder civil não deve jamais se sujeitar a vontade do indivíduo, quando este “exige’ legalizar leis que satisfaçam suas vontades e que resolvam seus problemas de maneira imoral. Antes da queda do homem, Adão foi criado com uma disposição e natureza designados a pensar e agir de modo a realizar certas tarefas e a manter certos relacionamentos. Ele falhou em sua responsabilidade dada por Deus de governar a terra, mas, o segundo Adão, Jesus Cristo, é o nosso modelo exemplar no que diz respeito a obediência as normas de Deus. No governo de Deus há dois tipos de lei: as leis da natureza e as normas. As leis da natureza incluem as leis da gravidade, do movimento da termodinâmica, da fotossíntese (física, química, biologia e etc). As normas são as leis de Deus para a cultura e a sociedade. O ser humano tem responsabilidade. Ele é responsável como executa os mandamentos de Deus e está sujeito ao castigo se não o executar. O homem tem responsabilidade pessoal, e a vida humana em toda a sua vasta série de relacionamentos culturais, sociais e pessoais, é normativa nesse sentido (WOLTERS; 2006, p.29).
Próximo artigo estudaremos sobre os métodos de contracepção, até lá!
  

REFERENCIAL TEÓRICO

WOLTERS, Albert M. A Criação Restaurada: Base Bíblica para uma cosmovisão restaurada. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.

KOSTENBERGER, Andreas J; JONES, David W. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.

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