quarta-feira, 7 de março de 2018

O Voluntário sabe qual é sua vocação em Deus


“Não há obra, por mais humilde e humilhante que seja, que não brilhe diante de Deus e que não lhe seja preciosa, contanto que a realizemos no serviço e cumprimento da nossa vocação” (João Calvino; As Institutas. Vol. IV, p.225).

“A Escritura usa esta palavra VOCAÇÃO para mostrar que uma forma de viver não pode ser boa nem aprovada, a não ser que Deus seja o seu autor. E esta palavra VOCAÇÃO também quer dizer ‘chamado’; e este ‘chamado’ implica que Deus faça sinal com o dedo e diga a cada um: quero que vivas assim ou assim” (O Pensamento Econômico e Social de João Calvino, p.492).

Deus usa muitas pessoas com diferentes dons e aptidões para realizar sua obra neste mundo. Cada pessoa é importante e cada tarefa é relevante. Quando Neemias voltou para Jerusalém para reconstruir a cidade que havia sido destruída pelos babilônios como disciplina de Deus sobre seu povo, sabia que a nação de Israel não poderia ser forte a menos que o povo se dispusesse a fazer certos sacrifícios. A cidade estava com poucas pessoas e ainda não havia sido totalmente edificada (Ne 7:4). Jerusalém precisava de pessoas para protegê-la e edificá-la. É possível que a maioria das pessoas se sentissem mais seguras vivendo em vilarejos afastados por não apresentar ameaça alguma a sociedade gentia, por isso preferiram não correr o risco de se mudar para lá. Não fazia sentido reconstruir uma cidade sem planejar viver nela, por isso Neemias convocou pessoas para irem morar em Jerusalém. De cada dez pessoas, uma deveria mudar para Jerusalém, mas algumas pessoas apresentaram-se como voluntários, e esses foram benditos pelo povo (Ne 11:1,2).

Neemias demonstrou apreciação por estas pessoas que ajudaram no trabalho. O texto diz que eram homem valentes, guerreiros corajosos (Ne 11:6,14). Estas pessoas escolheram permanecer como o povo de Deus, ainda que talvez pudessem viver com mais segurança e conforto em algum outro lugar.

Débora, a profetisa, louvou a Deus pelos voluntários que se dispuseram a lutar arriscando suas vidas (Jz 5:2,9). Seis tribos uniram-se para enviar voluntários: Naftali, Zebulom, Issacar, Benjamim, Efraim e a parte ocidental de Manassés (Maquir) (Jz 5:12-18). Estes homens não estavam brincando de soldado, pelo contrário, eram guerreiros valentes que levavam a sério os combates do Senhor. Houve quatro tribos que não se ofereceram para lutar e para fazer sua parte nessa guerra. A tribo de Rúben ficou em casa, a parte oriental de Manassés (Gileade) estava bem segura do outro lado do rio do Jordão e não foi guerrear (Jz 5:17). Dã e Aser, perto do litoral, também decidiram não responder ao chamado para lutar. Ao contrário desses irresponsáveis e covardes, as tribos de Zebulom e de Naftali receberam louvores por seus homens terem arriscado a vida a serviço do Senhor e de sua pátria (Jz 5:18).

O povo de Deus hoje não é muito diferente do povo de Israel daquele tempo. Enquanto muitos arriscam suas vidas como voluntários, cumprindo sua vocação e seu chamado, outros ficam em seu canto, como se nunca houvessem sido chamados. Alguns refletem seriamente, mas dizem não. Bendito são aqueles que se oferecem voluntariamente e seguem ao Senhor, pois o voluntário sabe qual é sua vocação em Deus.

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