quinta-feira, 10 de maio de 2018

Ter ou não ter filhos: analisando questões como aborto, contracepção, infertilidade e adoção - (Parte 4)


Olá querido leitor, até aqui analisamos a luz das Escrituras questões sobre o aborto, sobre a legitimidade da contracepção em geral e quais meios de controle de natalidade são moralmente aceitáveis, inaceitáveis e os métodos que exigem cuidado adicional. Hoje falaremos sobre a infertilidade. Quando o casal enfrenta uma grande provação que é a impossibilidade de ter filhos, ao lutarem com a infertilidade, quais são os princípios que devem ser analisados com relação aos métodos disponíveis através da Reprodução Medicamente Assistida (RMA)?
Nos últimos anos, avanços na tecnologia moderna de reprodução abriram caminho para que casais até então inférteis pudessem conceber seus próprios filhos. Como o cristão deve se posicionar em relação a esses avanços? Iremos apresentar neste artigo uma descrição sucinta de quatro formas de tecnologia de reprodução empregada com maior frequência. São elas:

  • ·         Inseminação intrauterina (IUI), ou inseminação artificial (IA);
  • ·         Transferência intrafalopiana de gametas (GIFT, do inglês “gamete intrafallopian transfer”)
  • ·         Fertilização in vitro (FIV)
  • ·         Maternidade de substituição ou maternidade de aluguel

Inseminação intrauterina (IUI), ou inseminação artificial (IA) é na maioria dos casos, o primeiro recurso que os casais inférteis escolhem quando o problema de fertilidade reside principalmente no homem. Em geral, o problema é uma baixa contagem de espermatozoides, ou por diferentes motivos, espermatozoides defeituosos. O procedimento é simples, pois compreende a coleta e acúmulo de sêmen e a injeção do mesmo (normalmente com uma seringa sem agulha) no útero durante o período mais fértil do ciclo da mulher. O procedimento pode ser realizado com o sêmen do marido ou de um doador.
O princípio de avaliação deste método reprodutivo é o respeito pela santidade da vida humana. Ele ameaça a santidade da vida quando a técnica usada resulta na gestação de várias crianças. Nesses casos pode acontecer de a mulher ter quatro ou cinco crianças no útero. Existe maior risco de aborto espontâneo nesses casos.
Certos métodos de inseminação artificial ou in vitro fertilizam cinco ou seis óvulos de cada vez. Cada uma das concepções resultantes é uma criança à espera de um útero onde possa crescer até o nascimento, e é muito comum os médicos selecionarem apenas um ou dois desses óvulos para a implantação e “destruir” os outros. Muitas vezes os especialistas em reprodução recomendam um procedimento conhecido como “redução seletiva”. Essa expressão não passa, na realidade, de outro nome para uma forma de aborto na qual uma ou mais crianças são mortas para aumentar a probabilidade de outras nascerem vivas.

Para que a tecnologia de inseminação artificial esteja dentro dos padrões bíblicos com respeito a santidade da vida, o casal deve estar disposto a aceitar que todas as concepções sejam implantadas e levadas até o fim. “Não permitam a formação de mais embriões do que o número de crianças que vocês estejam dispostos a educar” (John Van Regenmorter). Redução seletiva não é uma opção bíblica legítima.
No próximo artigo falaremos sobre dois métodos: a transferência intrafalopiana de gametas (GIFT) e a fertilização in vitro (FIV). Os princípios a serem considerados nestes métodos serão o do respeito à vida por todos seres humanos como portadores da imagem de Deus e o respeito à fidelidade do vínculo conjugal. Até lá.

REFERENCIAL TEÓRICO

KOSTENBERGER, Andreas J; JONES, David W. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011, p. 138-140.

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