quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Ter ou não ter filhos: analisando questões como aborto, contracepção, infertilidade e adoção - (Parte 7)


Olá querido leitor, estamos caminhando para o final desta série de estudos sobre “ter ou não ter filhos”, e a última questão a ser analisada neste artigo será sobre a adoção. O que é adoção? O que a Bíblia fala sobre adoção?
Os dois Testamentos apresentam vários exemplos de adoção. No Antigo Testamento, Moisés foi adotado pela filha de faraó (Êx 2:10); Ester foi adotada por Mordecai (Et 2:7). No novo testamento, o exemplo mais proeminente é a adoção de Jesus por José que lhe serviu de pai terreno, participou da escolha do seu nome (Mt 1:25), apresentou-o no templo (Lc 2:22-24), protegeu-o do perigo ao levá-lo para o Egito (Mt 2:13-15) e lhe ensinou seu ofício (Mt 13:55; Mc 6:3). Os filhos adotados devem ser inseridos no contexto amoroso, íntimo e permanente do casamento e família segundo os padrões bíblicos (KOSTENBERGER; JONES, 2011, p.143-144).
O apóstolo Paulo ensina, em termos espirituais, que os cristãos são adotados na família de Deus como seus filhos e filhas (Rm 8:15,23; 9:4; Gl 4:5; Ef 1:5). Ele desenvolve a ideia com base na tipologia do êxodo no Antigo Testamento e da fórmula de adoção messiânica em 2 Samuel 7:14 “Eu serei seu pai, e ele será meu filho” (2 Co 6:18; Sl 2:7; 89:26-27) dentro do contexto da teologia da nova aliança. Israel foi remido e recebeu os privilégios da aliança no êxodo (Êx 4:22; Dt 1:31; Os 11:1). Assim também, os cristãos do Novo Testamento foram remidos da escravidão do pecado e, por meio de Cristo, receberam a adoção como filhos de Deus.
Hoje, os cristãos são “todos...filhos de Deus pela fé em Cristo” (Gl 3:26). Se alguém pertence a Cristo, é descendente de Abraão e participa da promessa (Gl 3:28). Os cristãos se tornam, num sentido espiritual, irmãos e irmãs de Jesus, bem como uns dos outros (Hb 2:11).
A opção de adotar uma criança possui precedentes bíblicos e glorifica a Deus. Adoção é evangelho, pois nos diz quem somos como filhos do Pai. A adoção é missão, pois nos diz qual é o nosso propósito nesta vida, como povo de Cristo. Adoção não é caridade, por isso a importância do entendimento teológico da adoção. O evangelho de Jesus Cristo significa que nossa família e igreja devem estar na vanguarda da adoção de órfãos perto de casa e ao redor do mundo. Temos uma obrigação maior para com os órfãos. A medida que nos tornamos mais amigos da adoção, somos mais capazes de compreender o evangelho. A igreja deve enxergar a adoção como missão (MOORE, 2013, p.29-31).
Adoção não só tem a ver com casais que desejam ter filhos, ou que desejam ter mais filhos, adoção envolve uma cultura inteira dentro de nossas igrejas, uma cultura que vê adoção como parte da Grande Comissão (Mt 28:18-20) e como sinal do próprio evangelho.


REFERENCIAL TEÓRICO

KOSTENBERGER, Andreas J; JONES, David W. Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.

MOORE, Russel D. Adoção: Sua extrema prioridade para famílias e igrejas cristãs. Brasília: Monergismo, 2013.

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