quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A Reforma Protestante


Em 31 de outubro de 1517 Martinho Lutero fixou as Noventa e Cinco Teses nas portas da igreja de Wittenberg. Embora, a Reforma Protestante seja comemorada como sendo iniciada nesta data, esse grande movimento teve seus precursores, homens como John Wycliffe (1324-1384), John Hus (1372-1415) entre outros. A Reforma começou primeiramente como reação aos abusos do catolicismo romano. Lutero não se levantou para destruir a Igreja Católica Romana e estabelecer uma nova igreja. Sua intenção inicial era purificar os abusos da Igreja Católica Romana, que são semelhantes a muitas igrejas que hoje são denominadas evangélicas.

A teologia reformada reagiu aos problemas da igreja, tais como:

Abuso papal: A graça estava sendo comercializada em toda a igreja por meio de um complexo sistema de votos, jejuns, peregrinações, missas, relíquias e outras obras. O imperativo papal era “façam penitência”, em vez de “sejam penitentes”, ou  “arrependam-se”, como Jesus Ordenou.

Pretensão papal: os reformadores, através do estudo da Bíblia, questionaram a reivindicação papal quanto a autoridade apostólica como cabeça da igreja. Por exemplo, os reformadores concluíram que a rocha sobre a qual a igreja estava edificada (Mt 16:18) era o conteúdo da fé de Pedro, e não o próprio Pedro.

Cativeiro da Palavra: os reformadores trabalharam arduamente para libertar a Bíblia do cativeiro hierárquico da Igreja Católica Romana. Os leigos não tinham acesso as Escrituras, somente os concílios, bispos, eruditos, canonistas e alegoristas da igreja tinham acesso a Bíblia
.
Exaltação do monasticismo: os protestantes se opuseram ao conceito católico romano que fazia distinção entre o sagrado e o secular. Os protestantes se empenharam para ensinar que aqueles que viviam nos monastérios (monges, freiras), não eram mais espirituais ou mais santos do que aqueles que tinham uma vocação secular. A reforma trouxe o homem para fora da igreja, convidando-o a exercer seu sacerdócio real em sua vocação secular.

Mediação usurpadora: Os protestantes rejeitaram a mediação de Maria, a intercessão dos santos e a transfusão automática de graça nos sacramentos. Somente Cristo é o mediador entre Deus e os homens. Também reduziram os sacramentos em apenas dois: o Batismo e a Ceia do Senhor.

O papel das boas obras: Os protestantes rejeitaram as ideias do semi-pelagianismo, o qual afirma que tanto a graça como as obras são necessárias para a salvação. Essa diferença teológica era o âmago da oposição protestante, que ensinava que a salvação era somente pela justificação pela fé em Cristo.

Os lemas da Reforma Protestante são centralizados na palavra solus, que significa “somente”.

PROTESTANTES
CATÓLICOS ROMANOS
Somente as Escrituras (sola Scriptura)
A Escritura e a tradição
Somente a fé (sola fide)
A fé e as obras
Somente a graça (sola gratia)
A graça e os méritos
Somente Cristo (solus Chirsthus)
Cristo, Maria e a intercessão dos santos
Glória somente a Deus (soli Deo gloria)
Deus, os santos e a hierarquia da igreja


REFERENCIAL TEÓRICO:

BEEKE, Joel R. Vivendo para Glória de Deus: Uma introdução a Fé Reformada. São José do Campos: Fiel, 2010, 19-23.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Principais qualificações para se tornar um presbítero/pastor



Mike Mckinley, cita em seu livro "Plantar igrejas é para os fracos" que cresceu em uma megaigreja não denominacional. Ele disse que a igreja tinha mais de trinta presbíteros e todos eram profissionais de sucesso (advogados, médicos, diretores de indústria e etc). Alguns deles eram líderes piedosos, mas um bom número deles, conforme eles mesmo admitiam, não eram muito instruídos sobre a Bíblia, nem interessados em cuidar dos membros individuais. Tinham qualidades necessárias para liderar em seu lugar de trabalho, por isso a igreja supôs que poderiam liderar a congregação. Isto é um perigo real para a igreja.

Darrin Patrick em seu livro o "Plantador de Igreja", cita que muitos pastores usam o seu ministério de pastoreio para se esconder de seus próprios pecados, deficiências e falhas. Na década de 80 ele descobriu que seu pastor estava envolvendo sexualmente com várias mulheres da igreja. Quando ele confrontou o pastor na presença dos outros líderes da igreja, sem hesitar todos disseram que esse pastor esteve presente toda vez que eles tinham estado no hospital, passado por alguma necessidade ou quando algum filho deles havia estado doente. Eles basicamente disseram que, pelo fato de esse pastor “pastoreá-los tão bem”, ignorariam sua imoralidade sexual. Não só isso, muitos pastores também usam o ministério pastoral para manipular a igreja, forçando todos a aceitar suas opiniões e projetos favoritos.

Segue abaixo as principais qualificações para se tornar um presbítero/pastor conforme descritos em 1 Timóteo 3:1-7:

1) Irrepreensível – Esta é a qualidade mais básica e fundamental necessária em um presbítero/pastor. Esse termo descreve o homem cujo caráter é livre de qualquer mácula séria, que é respeitado e conhecido por viver uma vida de temor a Deus.

2) Marido de uma só mulher – Significa que o casamento do presbítero/pastor é digno de ser imitado. Tanto solteiros quanto casados veem a maneira como o pastor/presbítero ama e serve sua mulher como um modelo para a devoção deles à própria mulher ou à futura mulher. O pastor/presbítero deve ter profunda conexão emocional, social e sexual com sua esposa. Ter um casamento sadio. A poligamia e o adultério são proibidos.

3) Equilibrado ou moderado – O presbítero/pastor precisa ser um homem capaz de controlar seus desejos e emoções por meio da submissão ao poder e autoridade do Espírito Santo.

4) Tem domínio próprio – O domínio próprio não resulta da força de vontade, mas é fruto do poder de Deus enquanto andamos no Espírito Santo e por ele conduzidos. O presbítero/pastor deve ser um homem cuja vida é caracterizada pelo controle do Espírito Santo.

5) Respeitável – significa que o presbítero/pastor deve ter sua vida em ordem. Deve saber lidar bem com as responsabilidades da sua própria vida, pois se sua vida está um caos, ele não saberá lidar com o peso e a complexidade da igreja.

6) Hospitaleiro – O presbítero/pastor ama os estranhos. Ele não é dado a panelinhas. A palavra “hospitaleiro” se refere a maneira como o pastor e sua família recebem as pessoas que não são da fé. Significa ser amigo dos pecadores, assim como Jesus.

7) Apto para ensinar – Ele deve ter aptidão para ensinar. O presbítero/pastor qualificado é capaz de usar as Escrituras e ajudar as pessoas a entender o que elas significam em seu contexto original e em sua aplicação contemporânea. Deve ter uma boa teologia bíblica.

8) Não dado ao vinho – Significa que ele não deve ter vícios. O pastor/presbítero deve estar atento no que ou em quem ele busca alívio, onde está seu escape em momentos de pressão.

9) Amável – A amabilidade nesse contexto significa ser flexível, ser disposto a ceder quando houver a possibilidade, ou seja, as coisas não precisam ser sempre do jeito como ele quer. Deve ter disposição em perdoar e reconciliar.

10) Inimigo de discórdia – Um presbítero/pastor não está qualificado para exercer seu ministério quando o seu aconselhamento pastoral produz mais calor do que luz. Quando a maioria de suas conversas se transformam em discussões acirradas, tem alguma coisa errada.

11) Não ganancioso – O pastor/presbítero não deve amar o dinheiro. Pastores que amam o dinheiro, em alguma hora esse amor acabará vindo antes do bem da igreja, ou seja, eles tomarão decisões visando garantir a segurança do seu próprio trabalho e o aumento do seu salário. Essas decisões provavelmente obstruirão o progresso do evangelho.

12) Deve governar bem a própria casa – O presbítero/pastor deve ser o líder espiritual do seu lar. Os puritanos costumavam dizer que você não pode pastorear a grande igreja (a sua congregação) se não consegue pastorear a pequena igreja (a sua família). O pastor que não consegue ensinar as Escrituras a seus filhos, não conseguirá ensiná-las à igreja. Se ele não é capaz de responder às questões teológicas de sua mulher, não conseguirá ser aquele que responde às questões teológicas da igreja. Este pastor/presbítero exerce uma paternidade amorosas e pastoral levando seus filhos a obedecerem de uma forma graciosa. Seus filhos devem ser criados sob uma disciplina que cultiva dentro deles um temor saudável a Deus.

13) Não deve ser novo na fé – Aquele que pretende se tornar um pastor ou presbítero deve ter maturidade espiritual e longevidade na caminhada cristã.

14) Bom testemunho dos de fora – O presbítero/pastor exibe integridade no seu local de trabalho em relacionamento com os não cristãos. É difícil imaginar que um cristão piedoso deva ter, como testemunhas de sua integridade, incrédulos que estão mais solícitos em forjar mentiras contra ele, mesmo que não tenham causa para o caluniar, eles hão de reconhecer quando o pastor é ou não uma boa pessoa.

As igrejas devem esperar que o Senhor tenha dado os dons de liderança a homens de diferentes etnias, diferentes níveis de educação e diferentes contextos socioeconômicos. De fato, em vista da preferência do Senhor por usar os pobres e os humildes para fazer a sua vontade (1 Sm 6:7; Lc 1:46-49; 1 Co 1:26-29), devemos esperar que muitos líderes de igreja sejam inexpressivos aos olhos do mundo.
 
Devemos ter certeza de que a única pessoa realmente qualificada para o ministério é Jesus, porém, estas qualificações nos ajudam a proteger nossa vida, família e a igreja do fracasso, do pecado e da dor. É Cristo que nos purifica, nos equipa e nos qualifica para este ministério.


REFERENCIAL TEÓRICO

MCKINLEY, Mike. Plantar Igrejas é para os fracos: Como Deus usa pessoas confusas para plantar igrejas comuns que fazem coisas extraordinárias. São José dos Campos: Fiel, 2013, p.144.

PRATRICK, Darrin. O plantador de Igreja: O homem, a mensagem, a missão. São Paulo: Vida Nova, 2013, p.58-70,116.

Seu filho tem dificuldades em prestar atenção?

Prestar atenção é uma habilidade difícil para todas as crianças. Dar nossa atenção corretamente é uma luta normal. Embora seja uma luta co...