sábado, 14 de fevereiro de 2015

O PERIGO DOS EXTREMOS ECONÔMICOS



“Porém, quando se viam em descanso, tornavam a fazer o mal diante de ti; e tu os desamparavas nas mãos dos seus inimigos, para que dominassem sobre eles; mas, convertendo-se eles e clamando a ti, tu os ouviste dos céus” (Ne 9:28)

Vemos na história do povo de Israel, principalmente no livro de Juízes, Deus disciplinando seu povo, e quando clamavam por socorro, Deus suscitava libertadores para resgatá-los. Mas depois que tudo estava tranquilo voltavam a viver em pecado, e o ciclo de falhas de repetia. Nós temos o costume de exaltar pessoas que vencem adversidades em nossa sociedade, porém, a maior dificuldade do ser humano hoje, principalmente no meio evangélico não é vencer as adversidades da vida, mas é suportar a prosperidade.

Thomas Carlyle disse: “Para cada cem homens que suportam a adversidade, há somente um capaz de suportar a prosperidade”.

John Steibenck disse: “Para destruir uma nação, dê-lhe em excesso – torne-a gananciosa, miserável e doente”.

“Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus” (Pv 30:8,9)

Estamos vivendo em uma era em que a igreja não tem se preocupado em viver os padrões morais que Deus estabeleceu para o homem em sua Palavra, pois está mais interessado em receber suas bênçãos, esta é a era da prosperidade. Agur faz duas petições negativas ao Senhor no verso 8. Ele pede para que Deus o afaste da falsidade para ser protegido de contar mentiras e que não venha receber os extremos econômicos da pobreza ou riqueza. Depois ele termina com uma petição positiva, pedindo que receba somente o que for necessário para seu sustento. O ideal de Agur é o meio-termo perfeito, pois ele se mostra inteiramente alerta para os danos morais e espirituais resultantes dos dois extremos econômicos. Sua petição na verdade expressou verdadeira sabedoria, pois Deus pode confiar seguramente a uma pessoa sábia riquezas para que ela seja usada a serviço da sociedade, pois as riquezas são fruto da sabedoria (Pv 3:16; 8:18; 22:4).

No versículo 9 encontramos a razão ou objetivo da petição de Agur pelo meio-termo ideal. O que motiva o pedido de Agur é a glória de Deus, não suas necessidades pessoais. Se ele viesse a ficar saciado em extremo ele poderia se tornar um escarnecedor desprezando o Senhor. O sentido original de negar a Deus nesta passagem indica a dissimulação, ocultação ou negação de determinada situação contrária à consciência de algo correto. Representa, portanto, um ato deliberado pelo qual o indivíduo é responsável. Entretanto, se ele vier a se tornar um pobre necessitado ele poderá vir a furtar e assim profanar o nome de Deus. Quando roubamos violamos o oitavo mandamento, e quando juramos ser inocentes afrontamos o nome de Deus violando o terceiro mandamento. As transgressões do oitavo mandamento não são somente a de prejudicar nosso próximo tomando seu dinheiro ou propriedade, mas também quando deixamos de cumprir com os nossos deveres em atender nosso próximo (Tg 4:17; Pv 3:27).

O ato de roubar pode levar as pessoas a crer que o Senhor “não ajuda em nada ou que suas leis são impossíveis de guardar”. Aí entra a dissimulação dentro da igreja do Senhor. Muitos líderes estão transformando em libertinagem a graça de nosso Deus (Jd 4), quando “autorizam o pecado” dizendo que todo mundo faz mesmo, que mal tem isso.

Que não seja um momento de crescimento financeiro em sua empresa, ou uma próspera tranquilidade em sua família que venha lhe afastar do Senhor, pois esta foi a iniquidade de Sodoma (Ez 16:49). Muito menos venha se afastar de Deus em momentos de fraqueza e necessidade furtando e jurando inocência, cuidado com a dissimulação. Deus é Santo, qualquer meio ilícito para se obter bons resultados será reprovado por Deus.

“Porque tu és justo em tudo quanto tem vindo sobre nós; pois tu fielmente procedeste, e nós, perversamente” (Ne 9:33)


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