sexta-feira, 31 de março de 2023

Não vai demorar para que a mensagem do evangelho também seja regulamentada por autoridades, conforme Apocalipse 11.

 

O universo é governado por Deus em seu trono (Ap 4). Todas as notícias que vemos em jornais, revistas, internet e rádios, são reportagens e manchetes em termos de causas secundárias, ou seja, tudo está sendo controlado pela vontade de Deus, nada escapa do seu domínio. O trono é o centro do universo. Isso não significa que o homem não seja responsável pelo modo como ele vive e governa sobre a terra, pois ele prestará contas a Deus.

Deus tem um plano para o universo, e este plano contém seus decretos que foram revelados assim que o Cordeiro abriu o livro com os sete selos (Ap 5). O livro fechado significa que não haverá esperança e nem proteção para a igreja de Cristo, mas ao quebrar os sete selos, Deus mostra que o universo é governado no interesse de sua igreja.

A igreja não escapa dos horrores da guerra, da fome e das doenças (Ap 6:3-8). A igreja quando é fiel a Deus e dá testemunho da verdade, sofre tribulações. Aliás, a igreja precisa dessas tribulações, ou seja, ela ainda é pecadora, e as tribulações têm o propósito de purificar e santificar a igreja. Os crentes sofrerão juntamente com os ímpios epidemias, terremotos, fome e guerras, porém, na visão das trombetas em Apocalipse 8-11 a guerra é descrita como punição e advertência aos não crentes.

Em Apocalipse 11 a verdadeira igreja é representada pelo símbolo de duas testemunhas vestidas de pano de saco (Ap 11:3-4). A igreja como organização missionária (Lc 10:1; Zc 4) desenvolve seu trabalho desde a ascensão de Cristo ao céu, até sua volta (simbolizada pelo número 1.260 dias). A expressão “pano de saco” indica uma mensagem de convocação ao arrependimento, de advertência do juízo vindouro, pois este é o dever da igreja, chamar todos ao arrependimento e à fé em Cristo (Ap 10:11).

Aqueles que lutam contra a igreja nesse período serão golpeados e destruídos por Deus (Ap 11:6), porém, quando a era do evangelho chegar ao fim (Ap 11:7; Mt 24:14), e a maldade atingir seu ponto máximo, então Deus concederá a besta autoridade para destruí-la por um breve período de tempo (Ap 11:7-8; Mt 24:22; Ap 20:7-9). Haverá poucos crentes na terra (Lc 18:8), e a igreja como poderosa organização missionária será SILENCIADA. Assim como no comunismo na China, existem cristãos fiéis ali, mas a proclamação do evangelho não é aberta e nem pública, pois ela é REGULADA pelo governo.

Nesse período o mundo festejará a morte dos seus missionários, pois sua voz foi silenciada. A igreja e sua mensagem serão objetos de desprezo, e as pessoas enviarão presentes umas às outras em comemoração à sua morte, pois agora a igreja não mais “atormentará os habitantes da terra” (Ap 11:10). Porém, essa alegria durará pouco, Deus chamará sua igreja e em conexão com a vinda de Cristo, a igreja será restaurada à vida, a honra, ao poder e a influência. Não haverá mais oportunidade de salvação, à porta da graça estará fechada para sempre! “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá” (Ap 17:14).

Nesse dia, os habitantes da terra irão implorar para que as montanhas e rochas caiam sobre eles, preferindo morrerem esmagados do que terem de enfrentar a ira divina (Ap 6:15-17), mas a igreja selada por Deus resistirá o juízo final, pois foi remida pelo sangue do Cordeiro (Ap 7).

 

REFERENCIAL TEÓRICO

HENDRIKSEN, Willian. Mais que Vencedores. 2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2018. 

KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Apocalipse. 2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014.

sexta-feira, 17 de março de 2023

Você se sente esgotado?

Em 2013, uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia, apontou que a geração Y (nascidos nos anos 1980 e 1990, conhecida como millennials), é a geração que mais sofre com o estresse nos EUA. Segundo a pesquisa, as pressões quanto ao trabalho, dinheiro e relacionamentos têm tirado o sono destas pessoas, sendo uma boa parte diagnosticada clinicamente como deprimida, chegando a uma necessidade de medicação.

O “burnout” é uma nova palavra que tem sido utilizada para um velho problema que diz respeito ao esgotamento. Esta síndrome, envolve sentimentos de desinteresse, indiferença, apatia, ódio, tédio, confusão, cansaço e perda de motivação. A pessoa chega ao ponto de fatiga mental, emocional, física e espiritual (Wayne Mack)

Somos criaturas limitadas, assim como as luzes de advertência do painel de um carro servem para indicar um defeito, precisamos estar sensíveis aos sinais de alerta (esgotamento) quando estas luzes de acenderem em nossas vidas como: mudanças físicas, mentais, emocionais, espirituais e relacionais. Existem situações de vida que temos pouca ou nenhuma escolha/controle como: enfermidade, luto, perdas, conflitos, injustiça, responsabilidades, envelhecimento que podem causar nosso esgotamento. Porém, nosso estilo de vida pode desencadear sérios problemas de estresse, e neste caso temos alguma escolha em situações que, em grande parte, podemos controlar, como: avareza, dívidas, perfeccionismo, idolatria, orgulho, indisciplina, dieta alimentar, dieta da mídia, preguiça etc.

Precisamos ser humildes em admitir nossas fraquezas e honestos com nossos cônjuges, filhos, pastores, chefes e amigos quanto ao ajuste que devemos fazer em nossas vidas devido ao envelhecimento e outros fatores. Muitas pessoas se sentem culpadas quando reduzem seus compromissos, e outras se sentem preguiçosas quando precisam andar mais devagar. Não adianta correr demais e não conseguir chegar ao fim da corrida, precisamos educar nossa consciência de que o descanso faz parte da nossa natureza humana criada por Deus (Êx 20:8-11).

A palavra sabbath significa “descanso”. Desde a criação do mundo em Gênesis 2:1-3, Deus estabeleceu um dia de descanso onde as atenções deveriam ser direcionadas somente para Ele, e não somente isso, mas para dar alívio aos trabalhadores e os animais. Se não dermos espaço para o descanso em nossas vidas excessivamente ocupadas, uma doença, uma pneumonia, um câncer, um ataque cardíaco, ou um acidente, criarão um tempo de descano para nós.

O sono é um raio x da nossa vida espiritual que afeta diretamente nossa vida física. Quem se orgulha de dormir pouco para trabalhar mais, acaba revelando que não confia em Deus com relação ao seu trabalho, igreja e família. O trabalho em excesso quase sempre está enraizado no ego, seja por insegurança, seja por necessidade de sentir-se necessário ali, seja por egolatria discreta, pois começo a dizer para mim mesmo: “Deus não vai operar se eu não estiver lá”; “Sem eu, aquele lugar não vai pra frente”.

O sono também revela nossos ídolos, pois quando deixamos de dormir para trabalhar mais, assistir futebol, filmes, seriados, ou navegar pela internet até tarde da noite, estamos demonstrando aquilo que mais importa para nós. Um boa noite de sono traz excelentes benefícios físicos, intelectuais, emocionais, financeiros, morais e espirituais.

Certa vez, David Murray, autor do livro “Reset”, perguntou para um psicólogo cristão como ele tratava as pessoas com depressão e ansiedade, ele respondeu: “Eu lhes dou três pílulas: bons exercícios, bom sono e boa dieta”.

Em outro momento, um pastor aposentado disse para David Murray que muitos pastores jovens no seu início de ministério ligavam para ele pedindo ajuda, pois não estavam conseguindo orar, estudar e dormir devido ao seu esgotamento. Muitos já estavam pensando em desistir do seu ministério. Então ele respondia calmamente aconselhando os jovens pastores em três coisas: primeiro, faça exercícios vigorosos três vezes por semana. Segundo, tire um dia de folga por semana. Terceiro, gaste pelo menos uma noite por semana com a sua esposa.

Nosso corpo é de Deus e para Deus (1Co 6:13-15), por isso precisamos cuidar bem dele. Praticar exercícios físicos três a cinco vezes por semana é quase tão efetivo quanto tomar antidepressivos (MURRAY, 2018, p.92). O exercício diário com padrões adequados de descanso pode aumentar a energia em cerca de vinte por cento ao dia (MURRAY, 2018, p.100). Pessoas que não fazem trabalho manual como os de pintores, bombeiros, paisagistas, carpinteiros etc., mas que trabalham “produzindo conhecimento” através do computador, documentos, relatórios, planilhas etc., precisam estar sensíveis as questões físicas do corpo.

Os alimentos também influenciam nossa disposição. Toda escolha que fazemos sobre o que comer ou beber magnifica ou diminui a Deus em nossa vida (1Co 10:31). Não podemos esperar que nossa mente funcione bem, se estivermos nos empanturrando de comidas nocivas. Pesquise ou visite um nutricionista para saber quais alimentos ajudam a estimular a memória, o foco e a coordenação, e que ajudam a diminuir a pressão sanguínea etc. O mau condicionamento, a privação do sono e a obesidade roubam a energia física impedindo a possibilidade de crescimento e desenvolvimento saudável de nossas vidas.

Precisamos aprender a viver uma vida bem planejada, e não nos comprometermos em assumir compromissos que estão acima do possível. Se for preciso, teremos que dizer não. Se nós não priorizarmos aquilo que é importante em nossas vidas (família, exercícios físicos, oração, devocional, descanso, trabalho, ministério etc.), outra pessoa irá fazê-lo por nós. Devemos aprender a trabalhar com a capacidade de oitenta por cento de nossa nossas forças, para que tenhamos espaço para atender as pessoas, problemas e oportunidades não esperadas. Esta é uma margem de segurança, para não chegarmos ao limite de nossas forças. Por exemplo, na área de finanças, quem vive com oitenta por cento de sua renda, além de um enorme alívio de estar com o orçamento em dia, ainda consegue poupar.

Sentir-se fraco e incapaz é “algo bom”, pois o que impede o crescimento de uma pessoa não é o conhecimento da sua fraqueza, não, o que impede o seu crescimento é a ilusão de ser forte (2Co 12:9). Quando uma pessoa se julga justa e forte por confiar em si mesma, ela deixa de procurar a ajuda que Deus oferece com tanto carinho e com tanta fidelidade. A vida, o casamento, o trabalho e o chamado ministerial não são danificados por gritos de fraqueza, mas por afirmações de força. “Deus usa situações problemáticas para aprofundar a confiança que temos nele e a nossa disposição de fazer o que ele manda, independente de quanto isso for contra os nossos instintos naturais” (Paul Tripp)

O cristão precisa compreender que ele nunca estará em uma situação, localização ou relacionamento no qual Deus não esteja governando. O cristão deve confiar na soberania de Deus sobre as circunstâncias e relacionamentos, pois Deus tem um propósito em todos os problemas e pressões que o cristão vive, que é a sua santificação. Nossas falhas e fraquezas e as situações humilhantes nos ensinam a humildade e ter empatia pelo próximo. Quando fracassamos como pais, pastores, professores e em nossas decisões financeiras, aprendemos a ter paciência, compaixão e sabedoria para ajudar outros que falharam.

Não sacrifique as graças do sono, exercícios, paz, relaxamento, boa dieta, amizades e comunhão com Deus em favor de atividades mais “produtivas”. Aquiete seu coração e descanse em Deus (Sl 46:10; Pv 23:26).

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11:28-30)

 

REFERENCIAL TEÓRICO

MURRAY, David P. Reset: Vivendo no ritmo da graça em uma cultura estressada. São José dos Campos: Fiel, 2018.

MACK, Wayne A. Caído, mas não derrotado: Lidando Biblicamente com o Desânimo, o Abatimento e o Esgotamento. São Paulo: NUTRA, 2016.

TRIPP, Paul D. O que você esperava?: Expectativas fictícias e a realidade do casamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2011.

Seu filho tem dificuldades em prestar atenção?

Prestar atenção é uma habilidade difícil para todas as crianças. Dar nossa atenção corretamente é uma luta normal. Embora seja uma luta co...