quarta-feira, 22 de junho de 2022

O exemplo de humildade, obediência e submissão de Cristo - Filipenses 2:5-11

Em Filipenses 2:5-11, Jesus é apresentado como modelo de humildade, obediência e submissão. Nossa salvação deve ser desenvolvida no exemplo de Cristo (Fp 2:12), e, se Deus não for nosso ponto de referência iremos imitar o primeiro que passar.

1. Ele pensa nos outros, e não somente em si. Ter o mesmo sentimento de Cristo significa que não posso guardar meus privilégios para mim mesmo, mas, que devo usá-los para beneficiar aos outros. Certa vez um repórter entrevistou um consultor famoso da área de recursos humanos responsável pela colocação de centenas de funcionários de diversas empresas, e lhe perguntou qual era o segredo de seu sucesso, e ele disse que se você deseja descobrir o verdadeiro caráter de um funcionário não lhe dê responsabilidades, e sim privilégios. Ele disse que a maioria das pessoas consegue lidar com as responsabilidades se tiver um salário a altura, mas só os verdadeiros líderes conseguem administrar seus privilégios. Um líder usará seus privilégios para ajudar os outros a construir a organização, mas o homem de caráter duvidoso usará seus privilégios para promover a si mesmo. Jesus usou seus privilégios para o nosso bem.

2. Ele servi as pessoas. Jesus não somente pensou em nós, como também se tornou um servo. Ele se esvaziou assumindo forma de servo. Ele serviu pecadores, meretrizes, coletores de impostos, enfermos e aflitos. “Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20:28). Ele assumiu a posição mais humilde dos servos e colocou a submissão em prática. Esse é o segredo de uma vida de alegria.

3. Ele se sacrifica. Muitas pessoas estão dispostas a servir aos outros desde que isso não lhes custe coisa alguma. “O ministério que não custa coisa alguma não realizada coisa alguma” (J. H. Jowett). Aquele que tem uma atitude de submissão não evita sacrifícios, pois ele vive para glória de Deus e para o bem dos outros. Você está disposto a se dedicar algum projeto (igreja, trabalho, família) que lhe custe algo? O teste do sofrimento não se refere apenas ao que estamos dispostos a suportar, mas também ao que estamos dispostos a oferecer. Ser cristão lhe custa alguma coisa?

4. Ele glorifica a Deus. O propósito da humilhação e exaltação de Cristo é a glória de Deus (v.11). Quando Jesus enfrentou a humilhação e sofrimento da cruz ele pensou acima de tudo na glória de Deus: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti” (Jo 17:1). Aquele que vive para a glória de Deus não vive de rivalidade colocando um irmão contra outro em um ministério, ao contrário, ele é submisso a Deus, não pensa somente em si, serve as pessoas, utiliza seus privilégios para o bem dos outros, e no final é exaltado pelo próprio Deus: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (1Pe 5:6). A exaltação de Cristo começou em sua ressurreição, e inclui autoridade sobre todas as coisas criadas por Deus, e um dia todos se prostarão diante dele e confessarão que ele é Senhor.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento. II Vol. Santo André: Geográfica, 2006.

 

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Avalie seu trabalho pelo modo como você serve e a quem você serve, pois a magnificência de sua estrutura orgânica nada é sem elas: buscar louvor nos defeitos dos outros não é sinônimo de competência

O hipócrita é aquele que se vangloria de ser um praticante da lei moral de Deus, ou seja, aquele que não pratica o adultério, que não rouba e não mata, mas em vez disso aparenta um brilhantismo externo de santidade, e por isso passa a difamar e caluniar os outros com a sua língua (Tg 1:25-26). Estes buscam louvor nos defeitos dos outros, fazendo uma exibição de santidade, mas em seu coração se exaltam falando mal dos outros. Suas virtudes são danificadas pela marca da difamação, e não reconhecem que necessitam de perdão.

Não adianta ter uma estrutura orgânica bem elaborada e cultos solenes se não olharmos para aqueles que o Senhor olha (Tg 1:27), pois quando priorizamos a estrutura (governo da igreja, estatuto etc.) passamos mais tempo servindo à estrutura do que a Deus. Assim como o esqueleto é uma estrutura interna do corpo humano que tem por função principal proteger os órgãos vitais, ele é invisível a olho nu, a estrutura eclesiástica também é importante na vida da igreja e deve ser bíblica para servir a Deus e as pessoas, e permanecer invisível em sua rotina funcional.  

O excesso de estrutura faz com que venhamos a deixar de cumprir com os nossos deveres de misericórdia e bondade para com o nosso semelhante. Ed Statzer conta em seu livro “Plantando Igrejas Missionais” que quando começou seu ministério de plantador de igrejas passava mais tempo discutindo um estatuto de 32 páginas para nove frequentadores na igreja, ou seja, três páginas para cada um, porque achava que esse era o plano de Deus.

Assim como a “religião não deve ser avaliada por cerimônias pomposas, mas pelo modo como os servos de Deus cumprem seus deveres” (Calvino), podemos construir estruturas orgânicas excelentes para trabalharmos, mas a avaliação não deve estar na magnificência da estrutura, mas sim no modo como utilizamos a estrutura (religião; política; trabalho) para cumprir com nossos deveres servindo e abençoando as pessoas ao nosso redor através do nosso trabalho, confiando o resultado a Deus.

Por exemplo, a política é, na essência da palavra, abrir mão dos seus interesses pessoais para cuidar dos interesses da polis, da cidade, dos outros. Mas o que ocorre em nosso país não é isso; no Brasil parece que todo mundo acredita que tem direito a tudo – não se fala em deveres humanos; só em direitos humanos. Eu nunca vi uma tese sobre deveres humanos. Qual é o seu dever como ser humano? Quais são os seus deveres e não só os seus direitos?

Buscar seus direitos é ser justo; renunciar alguns deles em nome do amor, da comunhão e da restauração é ser cristão (Sérgio Queiroz). O princípio da renúncia é abrir mão dos direitos para restaurar ou abençoar alguém, assim como fez Neemias, embora sendo governador, abriu mãos de seus privilégios como comida e tributos específicos do seu cargo para restaurar Jerusalém que estava em ruínas (Ne 5:14-16).    

Onde há vida há esperança! Mesmo que tudo esteja em ruínas, enquanto os homens ainda estão vivos, há esperança! Não que o homem seja autossuficiente, mas ainda há esperança de se encontrar com Deus e de se fazer algo para sua glória. No antigo Oriente Médio o cão era como o porco em nossos dias, era um animal considerado imundo e desprezível por se alimentar de lixos da cidade etc., e mesmo assim era melhor ser um cão vivo do que um leão poderoso, majestoso e exaltado, porém, morto (Ec 9:4).

Deus não precisa de nós, mas nós precisamos desesperadamente dele. Deus não precisa de programas nem de projetos; ele quer pessoas que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4:23-24), e esse é o motivo pelo qual ele tão frequentemente rasga em mil pedaços nossos tão estimados projetos (Ec 9:11-12). Ele nos quer como um povo, e ele quer nossos corações, e é claro que Deus usa para isso programas e projetos e nos chama a planejar e construir, desde que essas causas não se tornem em ídolos ou uma fuga.

Saiba que mesmo sendo uma pessoa competente para o trabalho a vitória está com aquele que corre com a força de Deus, pois a ligeireza, a sabedoria, a coragem, a prudência e a inteligência só tem valor na medida em que são ordenados por Deus, pois ele está no controle de tudo, e pode ordenar (tudo já está decretado) o fim de um projeto e até mesmo da sua vida, a qualquer momento. Aqueles que confiam demais em suas próprias habilidades geralmente são apanhadas de maneira repentina (Ec 9:11-12).

“Nunca faltará recursos na igreja enquanto ela estiver olhando para as pessoas que Jesus olha” (Sérgio Queiroz)

Lidando com a ansiedade: entregar e agir

O que é ansiedade? A palavra grega traduzida por ansiosos em Filipenses 4:6 significa “atraídos para direções diferentes”. Nossas esperanças nos puxam para um lado, nossos medos para o outro, a tensão torna-se insuportável. O sentido da palavra ansiedade é associado a angústia, que pode significar “estreito, aperto”. Quando ficamos ansiosos, nos sentimos “estrangulados e apertados”, ou seja, começamos a sentir sintomas físicos como: dores de cabeça, no pescoço, nas costas e úlceras. A preocupação afeta nosso raciocínio, nossa digestão e até mesmo nossa coordenação motora.

A ansiedade é usurpadora da alegria (Fp 4:4), e é uma evidência do orgulho que há em nosso coração. Não nos contentamos em simplesmente fazer o que Deus ordena e deixar com Ele os resultados (1Pe 5:6-7). Pessoas orgulhosas pensam que elas têm que fazer as coisas acontecerem e ficam ansiosas quando os resultados não saem como planejaram. A preocupação é uma completa perda de tempo e energia porque nunca faz algo acontecer nem impede que algo aconteça.

A ansiedade certamente é pecado, mas um pecado causado por outro pecado. Precisamos descobrir qual é esse pecado para podermos nos arrepender dele e tratá-lo. Há dois tipos de preocupação: 1) Sentido negativo: significa uma preocupação ou um cuidado/interesse legítimo, que está fora de controle (Mt 6:25,31,34; 13:22; Lc 10:41; 21:34; Fp 4:6; 1 Pe 5:7). 2) Sentido positivo: significa uma preocupação como cuidado e interesse legítimo que está submetido ao controle de Deus (1Co 7:32-34; 12:25; 2Co 11:28; Fp 2:20). A preocupação que está fora de controle é pecaminosa, pois ela expressa duas coisas em nosso coração: idolatria e incredulidade.

1. Idolatria. Em Mateus 6:19-25 Jesus diz que preocupação é idolatria. A ansiedade é um indicador automático de um coração que não está seguindo o Senhor completamente, mas que está seguindo a alguma outra coisa temporariamente.

2. Incredulidade. A preocupação envolve incredulidade, porque não cremos que Deus suprirá aquilo que prometeu (Mt 6:30,33; Fp 4:19). Nossa incredulidade questiona a soberania, a sinceridade e a suficiência de Deus (Sl 103:19; Dn 4:35; Rm 8:28; 2 Co 1:20; Hb 13:5,6; Is 41:10). Quando nos preocupamos estamos tentando agir como Deus, colocando-nos no controle (Nm 11:10,11,14).

Existem conflitos de natureza interpessoal em que a causa do problema está relacionada com ansiedade, ou seja, por haver preocupações fora de controle, elas roubam a alegria e a comunhão entre pessoas de uma determinada comunidade (Fp 4:4). Como vimos, a ansiedade expressa idolatria em nosso coração, então podemos deduzir que exista algum falso deus governando o coração de pessoas ansiosas, e aquilo que governa o nosso coração se torna o nosso seu tesouro.

Quão é o seu tesouro? (Mt 6:19-25; Lc 12:34). Seu tesouro pode ser segurança financeira, amor conjugal, filhos, perfeccionismo legalista, sucesso, reputação, opinião das pessoas. Muitos tesouros são difíceis de serem identificados pelo fato de serem compreensíveis e legítimos. Porém, um desejo legítimo pode se tornar pecaminoso, quando este se torna uma exigência.

 Se a ansiedade também expressa incredulidade em nosso coração, então podemos deduzir que pessoas ansiosas podem estar deixando de confiar em Deus e colocando sua esperança em ídolos, vivendo com pouca fé. Com o que você está preocupado?.

Qual a solução? Se preocupação é incredulidade, a solução é fé (Lc 12:28). Mas deve haver arrependimento da incredulidade. John Piper disse: “Jesus diz que a raiz da ansiedade é fé inadequada na graça futura do nosso Pai. Quando a incredulidade consegue o controle dos nossos corações, um dos efeitos é a ansiedade. A causa original da ansiedade é um fracasso em confiar em tudo que Deus prometeu ser por nós em Jesus”.

Paulo encoraja seus leitores a não viverem com ansiedade, ou seja, não se entregarem as preocupações com relação aos conflitos e perseguições, mas que tudo isso fosse conhecido diante de Deus com pedidos através das orações (Fp 4:6). A confiança produz tranquilidade em nossas mentes, mas só quando colocamos em prática através das orações.

Em Lucas 12:22-34 Jesus estava falando com pessoas simples, a maioria eram lavradores da terra, pescadores e mulheres do campo. Não tinham fundos de investimento nem sistema previdenciário. Ele dizia: “Observem o que todo mundo busca, vocês vão fazer o mesmo que a multidão só porque ela faz isso? ” (Lc 12:30)

Hoje os jornais cobrem assuntos que tocam a todos, noventa por cento disso é dinheiro. As pessoas vivem para o dinheiro ou para Deus? Qual tem sido nossa atitude quanto ao dinheiro? Deus sabe que precisamos de emprego. Não é errado poupar para aposentadoria, comprar um carro. Temos necessidades econômicas, e Jesus disse: “O Pai sabe que vocês precisam delas”. Mas, nossa vida consiste em dinheiro?

Podemos confiar em sua Palavra. A falha no sistema previdenciário significa que talvez não tenhamos dinheiro para o futuro. Mas existe um tesouro muito melhor, inextinguível. Esse ninguém poderá tirar de nós. Esses bens não podem ser roubados nem comidos pelas traças, nem confiscados, arruinadas e perdidos. Todas as coisas pelas quais nos preocupamos são as que queremos, mas podemos perdê-las. Essa é a razão de nossa ansiedade. Incertezas geram ansiedade. Você é muito mais importante que os corvos (Lc 12:24). Essa é uma promessa que podemos depender e uma razão para não nos preocupar.

Qual o remédio para a preocupação? O antídoto para a preocupação é confiar em Deus. O remédio para preocupação é buscar o Senhor, crer nas suas promessas e orientar a sua vida pelas prioridades Dele (Lc 12:32; Rm 8:32). A preocupação não pode trazer melhoras para o nosso futuro. Em vez disso, nos desvia das nossas responsabilidades presentes. Ela esgota nossa energia e consome nossa vitalidade e nos faz perder as alegrias presentes e benção da provisão de Deus. “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5:6,7).

A paz Deus é quem pode guardar a mente e o coração do cristão de toda ansiedade, pois ela dá o descanso pela confiança em Deus mesmo não compreendendo muito bem o motivo das preocupações (Fp 4:7). O antídoto para toda ansiedade é o descansar em segurança no Senhor. Toda ansiedade é decorrente da não confiança no socorro ou no poder divino.

Conversar (orar) com Deus a respeito de tudo o que nos preocupa é o primeiro passo a vencer a ansiedade. Paulo encontrava-se preso quando escreveu para os Filipenses. A paz de Deus não quer dizer ausência de provações externas, mas significa segurança interior tranquila a despeito de circunstâncias, pessoas ou coisas. A oração com ações de graças significa gratidão, ou seja, é orar a Deus sem queixas e murmurações. Não ore a Deus como se você tivesse motivos para acusá-lo, reclamando insatisfeito porque Ele não tem respondido suas orações de forma imediata, mas seja grato!

 

 

APLICAÇÕES PRÁTICAS

 

O que tem preocupado você atualmente? Liste suas principais preocupações. Avalie a lista de suas principais preocupações e classifique em duas categorias: ENTREGAR e AGIR.

A) Liste as preocupações que você nada pode fazer e que precisam ser entregues a Deus, que você precisa orar e confiar que Deus agirá no tempo certo de acordo com o propósito dele.

B) Liste as preocupações que são responsabilidades que Deus confiou a você para que as cumpra em obediência a Ele e na dependência de sua graça.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Estrutura vs. Direção: Reforma não é revolução

Cada instituição precisa de renovação interna e reforma estrutural. As instituições sociais são criadas e ordenadas por Deus (Família, Igreja e Estado). Por exemplo, dizer que política é do diabo por causa dos seus líderes corruptos é o mesmo que dizer que família e igreja são instituições malignas quando um marido trai a esposa, quando um pai abusa de um filho, ou quando a igreja é conivente com o pecado. “O que foi formado na criação tem sido historicamente deformado pelo pecado e deve ser reformado em Cristo”. O cristão precisa amadurecer e discernir o que é estrutura e direção.

A estrutura é a “essência” de algo criado por Deus, percebida através de nossas experiências em todos os lugares e a direção refere-se ao desvio pecaminoso das coisas criadas por Deus, as quais anseiam pela redenção e renovação somente em Cristo. A família, a igreja, a sexualidade, os pensamentos, as emoções e o trabalho, são coisas estruturais (criadas por Deus) e que estão envolvidas num jogo de poder entre a atração do pecado e da graça. Existe uma batalha direcional dessas áreas da criação.

É importante salientar que o cristão maduro não fala em revolucionar uma estrutura criada por Deus e sim reformá-la. Reforma significa santificação. Santificar significa “libertar do pecado, limpar da corrupção moral, purificar”. A reforma acontece através de uma renovação progressiva em vez de destruição violenta, pois se assim fosse, tudo o que foi afetado pelo pecado deveria ser destruído para se começar do zero. A palavra Revolução é caracterizada pelos seguintes aspectos: 1) Violência necessária; 2) Remoção completa de cada aspecto do sistema estabelecido; 3) Construção de uma ordem social totalmente diferente de acordo com um ideal teórico.

O princípio bíblico de “reforma” se opõe a cada um desses três pontos. A reforma enfatiza a necessidade de evitar a violência, tanto no sentido ordinário de arrancar com força física ou psicológica quanto no sentido histórico de arrancar e deslocar a estrutura social.  

O juízo de Deus acontece, conforme mostrado nos livros proféticos, somente quando a lei se afrouxa, a justiça nunca se manifesta e o perverso oprimi sobre o justo (Hc 1:4) por causa dos tribunais corruptos dentro de um país, aí sim Deus levanta outra nação para disciplinar este povo com juízo severo (Hc 1:5,6), e assim será no juízo final. O poder da espada (Rm 13) é dado somente para os magistrados civis, a igreja não tem essa autoridade. O emblema da igreja é a Cruz, ao contrário do Islamismo, que tanto a religião quanto o estado têm o poder da espada.

O “evangelho não é um programa social (abolição da escravatura), não defende revolução de instituições (1Co 7:17-24), mas propõe mudanças internas à estrutura social, um novo espírito que causaria tremendo impacto”. (Heber Campos Jr) O evangelho não transforma a sociedade sem primeiro transformar pessoas. Não há transformação de sociedade à parte da transformação das pessoas. O evangelho não veio para mudar estruturas, mas transformar pessoas de forma sobrenatural, para que elas venham influenciar estruturas sociais através de uma perspectiva mais profunda, isto é, mudança de cosmovisão, pois mesmo que estruturas sociais sejam modificadas para o bem das pessoas, o coração humano procurará outros meios de oprimir as pessoas.

“Não importa o quanto a nova vida em Jesus Cristo possa ser dramática, ela não busca destruir a estrutura de uma dada situação histórica. Em segundo lugar – e isso é particularmente importante -, ela reconhece que nenhuma ordem social estabelecida é absolutamente corrupta; assim, nenhuma ordem social precisa ser totalmente condenada. E, em terceiro lugar, ela não coloca a sua confiança em planos e concepções da sociedade ideal alcançada por especulação científica ou pseudocientífica. Em vez disso, ela toma a sua situação histórica como ponto de partida, atenta à determinação apostólica: “julgais todas as coisas, retende o que é bom” (1 Ts 5:21)” (Albert M. Wolters).

 

REFERENCIAL TEÓRICO

CAMPOS JÚNIOR, Heber Carlos de. Amando a Deus no Mundo: Por uma Cosmovisão Reformada. São José dos Campos: Fiel, 2019.

SPROUL, R.C. What Is the Relationship between Church and State? North Mankato: Corporate Graphics, 2014. 

WOLTERS, Albert M. A Criação Restaurada: Base Bíblica para uma cosmovisão restaurada. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.

Seu filho tem dificuldades em prestar atenção?

Prestar atenção é uma habilidade difícil para todas as crianças. Dar nossa atenção corretamente é uma luta normal. Embora seja uma luta co...