terça-feira, 9 de setembro de 2014

O Quarto Mandamento





“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Ex 20:8-11)

Caro leitor, vimos no estudo anterior, o terceiro mandamento, como podemos santificar o nome santo do Senhor, e neste mandamento veremos que quando renunciamos à nossa própria vontade, é o Senhor que nos santifica. A finalidade deste preceito é mostrar que precisamos estar mortos para nossas paixões e todas nossas obras (1 Co 15:31, Cl 3:5), para que possamos meditar no que é mais importante - o reino de Deus, aprendendo a exercer todas as nossas atividades em conformidade com a sua Palavra. Precisamos repousar totalmente para que Deus trabalhe em nós (Êx 31:13-16; Ez 20:12).
Este mandamento tem algo particular que se distingue dos outros. Como vimos no primeiro estudo publicado no mês de abril as leis civil e cerimonial foram abolidas em Cristo. Somente o aspecto moral é valido em nossos dias. A palavra sabbath significa “descanso”. Desde a criação do mundo em Gênesis 2:1-3 Deus estabeleceu um dia de descanso onde as atenções deveriam ser direcionadas somente para Ele, e não somente isso, mas para dar alívio aos trabalhadores e os animais. O Senhor quis com este mandamento figurar para o povo de Israel o repouso espiritual, ou seja, deviam descansar de suas obras a fim de deixar Deus trabalhar neles. Como foi dito, este elemento cerimonial foi abolido pelo advento de Cristo, por isso o apóstolo Paulo diz que o sábado “é sombra das coisas que haviam de vir” e que “o corpo é de Cristo” (Cl 2:17). Cristo é o verdadeiro cumprimento do sábado, isso quer dizer que todo aqueles atos cerimoniais e rituais eram sombras (Hb 10:1, 8:5,6) daquilo que havia de vir, o corpo de Cristo faz com que as sombras se dissipam, e a sua presença faz com que todas as figuras se desapareçam, pois ele é a verdade. Desde o princípio do mundo até a ressureição de Cristo, esse dia foi o último dia da semana, desde a ressureição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, e que na Escritura é chamado de Dia do Senhor, o domingo (Ap 1:10, 1 Co 16:2, At 20:7; CFW 21:7).
Aqueles que ainda continuam a viver segundo os moldes judaicos, como guardar o sábado, estão regredindo da graça para escravidão da lei. O legalismo é uma forma de escravidão. “Para liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5:1). Por que voltar as sombras se temos a realidade de Jesus Cristo?
O profeta Isaías chegou advertir o povo judeu a não profanar este dia cuidando dos seus próprios interesses, não pretendendo fazer sua própria vontade mas tendo prazer em buscar a vontade do Senhor (Is 58:13-14), esta é a mensagem, o aspecto moral, válido para os nossos dias.
Conclusão: Devemos renunciar e eliminar toda a cobiça da nossa carne, precisamos parar com tudo o que procede do nosso entendimento, para que Deus trabalhe em nossos corações e estejamos em harmonia com ele. “Essa realidade não se satisfaz apenas com um dia, mas exige toda a duração da nossa vida, até que, estando nós totalmente mortos para o pecado, haja em nós a plenitude da verdade de Deus” (CALVINO, As Institutas, I, p. 194, 2006). O homem é incapaz de tornar-se justo por seus próprios esforços, e estar sob a lei é ter somente uma aparência de espiritualidade, porém o coração se torna cada vez mais orgulhoso e egocêntrico. É hora de repousar em Cristo e deixar que ele trabalhe em nós!

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