sábado, 21 de março de 2020

Cristão e Esperança no Castelo do gigante Desespero


No livro, O Peregrino de John Bunyan, em determinado momento da história, logo após Cristão e Esperança caminharem e se deleitaram as margens do rio da água da vida, onde tinham água fresca, frutas e folhas medicinais, o caminho que estavam trilhando se separava do rio, ficando mais difícil, seus pés estavam ficando doloridos no caminho acidentado. Em seu coração eles começavam a desejar outro caminho mais fácil. Então, Cristão toma decisão de caminhar em uma via paralela, onde o terreno era mais suave, chamado de Atalho. Olhando a frente eles avistaram um homem caminhando chamado Vã Esperança, e começaram a segui-lo. Logo encontraram problemas. Quando anoiteceu, com uma violenta tempestade a água começou a subir rapidamente no caminho. Esperança gemeu em seu íntimo dizendo: “Ah! Se eu tivesse permanecido no caminho!”. (Então ponderei que é mais fácil sair do caminho quando se está nele do que nele entrar quando se está fora). Ao se deitarem para dormir Cristão e Esperança discutem seus problemas e dormem cansados. De manhã, o gigante Desespero, proprietário das terras onde eles invadiram, encontra os dois amigos e os acorda para perguntar o que eles estão fazendo ali. Os dois companheiros respondem que estão em uma jornada, mas se desviaram do caminho. O gigante Desespero declara que eles cometeram uma ofensa contra ele ao entrarem em sua propriedade e exige que eles o sigam até sua casa, o Castelo da Dúvida. Lá eles foram trancados em um calabouço muito sombrio, sem comida e mal cheiroso. O gigante Desespero tinha uma mulher chamada Coação. Ela insiste para que seu marido Desespero aconselhe os prisioneiros a se matarem, pois não havia mais esperança para eles. Com isso Cristão diz a Esperança: “Irmão, o que faremos? A vida que desfrutamos no momento é horrível. De minha parte, não sei se é melhor viver ou morrer logo! A minha alma prefere o estrangulamento à vida (Jó 7:15), e a sepultura é para mim mais fácil de suportar do que este calabouço".

Neste momento Cristão entrou em desespero por ter sido coagido, e perdeu a esperança de viver focando seus olhos apenas nas circunstâncias, ao invés de focar em Deus. Como crentes nós também enfrentamos esse perigo se não buscarmos a alimentarmos a esperança em nossas vidas (Sl 38:10-15). Na história, Cristão e Esperança não ficaram para sempre no calabouço do Castelo da Dúvida, nem cometeram suicídio. Eles saíram de lá. O autor do livro, John Bunyan, indica três fatores que Deus usou para tirar Cristão de seu desespero (Rm 12:12).

O primeiro fator é que, no calabouço do Castelo da Dúvida, Esperança começou a aconselhar seu amigo Cristão a suportar com paciência aquele momento difícil, lembrando seu amigo das lutas e dificuldades que ele havia vencido no passado.

O segundo, é que Cristão e Esperança começaram a orar. Eles se voltaram para Deus em busca de socorro em vez de ficar remoendo suas circunstâncias (Sl 34:6; 50:15; 55:22).

O terceiro, é que após orar a noite inteira, Cristão lembrou-se de que tinha pendurado no peito uma chave chamada Promessa. Na mesma hora suspeitou que a chave lhe daria liberdade para andar e abriria qualquer fechadura do castelo. Ao constatar que a chave abriu facilmente o portão do calabouço, ele a usou novamente na próxima porta, ainda que tivesse sido um pouco mais difícil do que a anterior, mas todas se abriram quando a chave foi usada com determinação. Finalmente, eles chegaram à porta de ferro, esta porta estava com o ferrolho completamente enferrujado, mas a chave abriu também.

Muitas vezes, meditamos e cremos nas promessas de Deus em tempos difíceis, porém, basta chegarmos a uma nova porta mais difícil de abrir para sentirmos como se estivéssemos presos, dizendo que as promessas de Deus falharam. É neste momento que muitas pessoas desistem e procuram ajuda na sabedoria humana, psicologia secular, nos vícios, e etc. O Espírito Santo de Deus usa suas promessas para manter viva nossa esperança, mas elas só podem ser trazidas a mente se estiverem em nosso coração, em outras palavras, temos o poder e responsabilidade de colocar a chave da Promessa no peito (coração), sendo fiéis em meditar nas promessas de Deus e memoriza-las, estando sempre prontas para serem usadas quando os problemas surgirem.

(1Ts 4:13; 1Tm 1:1; 1Pe 1:3; 2Ts 2:16; 2Co 3:13; 1Pe 3:16; Gl 5:5; Rm 5:3-5; 2Co 1:7; 1 Jo 3:3; Rm 12:12; Rm 15:13)

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