sábado, 15 de janeiro de 2022

Mentira: Você tem o hábito de enganar?

Segundo estimativas mais recentes nos EUA, um pessoa adulta mente com um frequência entre 20 a 200 mentiras por dia. O cristão que conhece a verdade, sabe que ele é ordenado a falar a verdade em amor (Ef 3:15). O nono mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20:16). Mesmo que eu não minta com frequência, o engano está em meu coração: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Davi disse: “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já de desencaminham, proferindo mentiras” (Sl 58:3). Paulo disse: “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura” (Rm 3:12-13).

Paulo está falando do homem não regenerado, ou seja, de pessoas que não foram salvas por Cristo. Deus odeia a mentira (Pv 12:22), e o cristão deveria odiar também (Sl 119:163; Pv 13:5). Existem duas maneiras básicas de enganar. O engano pode ser realizado pela: 1) falsificação de informação ou por 2) ocultação de informação. A falsificação envolve distorcer a verdade mudando os fatos essenciais de uma questão. A ocultação envolve omitir elementos vitais da verdade (fatos essenciais de uma questão).

De forma geral toda mentira é motivada por um temor (medo de ser descoberto, medo de constrangimento, medo de ser punido). A pessoa idólatra 1) deseja desordenadamente algo e ao mesmo tempo ela teme excessivamente a 2) perda daquela mesma coisa. O idólatra está disposto a mentir para obter algo ou para não perder o que ele tanto deseja. Quem ama o dinheiro pode mentir para ganhar riquezas como pode mentir para não perder riquezas. Quem ama aprovação dos homens pode mentir para que os outros a amem como pode mentir para evitar ser rejeitada. Uma criança que ama o prazer pode mentir sobre sua tarefa escolar por medo de não ter tempo suficiente para brincar se disser a verdade.

Talvez o maior desejo que tenta a maioria das pessoas a mentir é o desejo da aprovação dos outros. Veja o que Richard Baxter disse:

 

Se você não quiser ser um mentiroso, vença o seu orgulho e preocupação excessiva com as opiniões dos outros. O orgulho faz os homens tão desejosos de boa reputação e tão impaciente com as duras opiniões dos outros, que todos os esforços do orgulhoso são muito pequenos para produzir a reputação que eles desejam, e, portanto, o mentir torna-se o fundamento para essa construção. A vergonha é um sofrimento tão intolerante que eles tornam a fabricar capas de mentiras para cobrir sua nudez. Aquele que tem orgulho, mas não tem riquezas, e anseia em ser considerado alguém, ostentará seu patrimônio por meio de uma mentira. Aquele que não tem eminência por ascendência e origem, se for orgulhoso, se fará um cavalheiro por meio de uma mentira [...] Aquele que é carente de educação ou graduações se empenhará com uma mentira para suprir o que lhe falta.

 

Vejamos alguns tipos ou modos de mentiras apresentados nas Escrituras que talvez você esteja familiarizado (habituado) com alguns deles:

·         Mentira deslavada (Gn 3:1-4)

·         Insinuação (Gn 3:5)

·         Ocultação (Gn 3:5-7)

·         Transferência de culpa (Gn 3:11)

·         A mentira do “Eu não sei” (Gn 4:9)

·         Assumir compromissos com intenção de não os cumprir (Pv 25:14)

·         Difamação ou fofoca (Lv 19:16; Pv 26:20; 18:8)

·         Invenção (Êx 32:21-24)

·         Distração (Gn 4:9; Jo 4:17-19)

·         Brincar, provocar e zombar (Pv 26:18-19)

·         Dar aparência de uma emoção para cobrir a existência de outra (Mt 26:69-75)

 

Mentiras habituais podem ser uma evidência de que você não conhece a Cristo de fato (Ap 21:8; Jo 8:44). Um mentiroso não deixa de ser mentiroso quando apenas para de mentir, ou seja, ele precisa substituir a mentira pela verdade. Este processo de mudança envolve duas partes: 1) despojar-se do comportamento errado e 2) revestir-se do comportamento certo (Ef 4:22-25). Se você é uma pessoa que falsifica informação, desvaloriza o bom nome de outros por meio de difamação, ou culpa outros quando é confrontado pelos seus pecados, você deve começar a revelar informações precisas, usar sua língua para edificar e não caluniar, aprender a reconhecer seus próprios erros e confessar seus pecados primeiramente a Deus.

Quando mentimos para alguém devemos ir até a pessoa enganada e confessar a mentira pedindo seu perdão. A remoção da culpa da mentira é feita pela confissão. Agindo assim você terá uma consciência pura (At 24:16; 1Tm 1:5; 1:18-19; 1Pe 3:15-16). Nossa consciência deve estar sob o controle do Espírito Santo (Rm 9:1). Ações tem consequências. Se ao longo da sua confissão você aceitar prontamente as consequências do seu erro, você comunicará a pessoa ofendida que sua confissão é sincera. Aceitar as consequências pode exigir que você cumpra uma promessa que quebrou, ou talvez requeira que vá às outras pessoas envolvidas para acertar a situação. Quanto mais você se comprometer com a restituição e o reparo dos danos causados, mais provável será que a pessoa ofendida aceita sua confissão como sincera e que se reconcilie com você.

Procure alguém que o ajude a prestar contas. Depois que Pedro negou (mentiu) Jesus três vezes ele chorou amargamente. Somente um olhar de Jesus foi tudo que precisou para levar Pedro às lágrimas (Lc 22:54-62). “Esse é o poder da prestação de contas” (Lou Priolo). Muitas pessoas sabem o que devem fazer há muitos anos, mas continuam paralisadas, somente quando permitem que um irmão os ajude com as motivações certas de uma prestação de contas no aconselhamento bíblico, é que as mudanças acontecem. Quem foge da prestação de contas vivendo isolado, certamente está com pecados ocultos. Aquele que presta contas a outros nesta vida, prestará menos conta na próxima!

 

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 

PRIOLO, Lou. Engano: Deixando a mentira. São Paulo: NUTRA, 2019.

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