quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Lidando com o Esgotamento


O “burnout” é uma nova palavra que tem sido utilizada para um velho problema, o esgotamento. Esta síndrome, envolve sentimentos de desinteresse, indiferença, apatia, ódio, tédio, confusão, cansaço e perda de motivação. A pessoa chega ao ponto de fatiga mental, emocional, física e espiritual. Via de regra, empregamos os termos “síndrome” e “transtorno”, quando estamos tratando de um problema físico, mas não podemos identificar as células que causam o problema, ou seja, não há uma definição patológica objetiva através de exames que possam diagnosticar as causas dessa doença, o que temos são apenas critérios subjetivos a respeito desses problemas.
Por este motivo eu prefiro utilizar a palavra esgotamento, pois o termo “burnout” tem sido usado tristemente até como uma desculpa para as ações irresponsáveis no casamento, na educação dos filhos, na igreja e no trabalho. O esgotamento é uma luta comum entre os crentes (AT: Sl 6:6; 42:5; 69:1-3; 73:2,13-14; Jó 10:1-3; 17:1; 30:16-23; 1 Rs 19:4,10,14; Nm 11:10-15; Hb 3).
O esgotamento tem sérias consequências. Pessoas esgotadas perdem as forças, a perseverança e a alegria (Is 40:31; Sl 138:3; 42:3,4; Ef 3:13; Cl 1:24,29). Pessoas esgotadas começam a aprovar e aceitar coisas vergonhosas, a andar com astúcia, a adulterar a Palavra de Deus e a buscar somente seus próprios desejos, no lugar daquilo que Deus deseja (2Co 4:1,2). Pessoas esgotadas param de crer na Palavra de Deus, de pregar ousadamente a Cristo e de viver como servos dele, param de pensar biblicamente sobre suas provações e dificuldades, param de fazer o bem e passam a viver concentradas em si mesmas (2Co 4:5-18; Gl 6:9; 2Ts 3:13).
A causa principal do esgotamento está no diálogo interno, ou seja, em nossos pensamentos (Fl 4:8; Sl 19:14; Mt 12:34,35; Mc 7:20-23). O diálogo interno revela o estado do nosso homem interior e determina o estado do nosso homem exterior. “Quem quiser verificar sua verdadeira condição espiritual pode fazê-lo notando quais foram os seus pensamentos nas últimas horas ou dias” (A. W. Tozer). Somos responsáveis por nossas ações, então ao invés de dizermos que fomos derrotados pelo pecado, precisamos começar a reconhecer que fomos desobedientes a Deus. Mesmo que o mundo nos ensine a ouvir nosso coração, precisamos “falar ao nosso coração”.
O segredo para vencer e evitar o esgotamento está na constante renovação espiritual do nosso homem interior (2 Co 4:16). A renovação do homem interior somente é possível naqueles que foram salvos pela fé em Cristo, pois ela é o fundamento necessário para obra do Espírito (Tt 3:5). Devemos manter em forma o homem interior, assim como desejamos manter em forma nosso corpo físico, dia após dia, devemos alimentar nosso espírito com a Palavra de Deus. Quando estamos no limite de nossas forças, enfraquecidos, temos a oportunidade de testemunhar o tesouro que habita neste vaso de barro frágil, para mostrar que a força e o poder vêm de Deus e não de nós (2 Co 4:7; 1 Pe 3:14). Não devemos nos limitar as coisas terrenas, mas ter uma expectativa correta sobre o futuro. Existem coisas melhores e superiores que estão por vir. Por mais duro que seja, nossos sofrimentos ainda são “leves” e “momentâneos” comparados com a glória que ainda está por vir (2 Co 4:17,18).


REFERENCIAL TEÓRICO

MACK, Wayne A. Caído, mas não Derrotado: Lidando Biblicamente com o Desânimo, o Abatimento e o Esgotamento. São Paulo: NUTRA, 2016, p.87-146.

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