sábado, 29 de outubro de 2022

“Quem nos dará carne a comer?” (Nm 11:4)

 

Depois que o povo de Israel foi liberto da escravidão do Egito, eles tiveram de peregrinar no deserto rumo a terra prometida. Essa caminhada no deserto trouxe diversas adversidades que tinham por objetivo provar o coração desse povo, se guardariam ou não os mandamentos do Senhor (Dt 8:2). Não demorou para que o povo começasse a reclamar com relação a comida (Êx 16:3). Deus proveu o maná para alimentar e sustentar seu povo, mas eles logo se cansaram e começaram a desejar os peixes, pepinos, melões, alhos e cebolas do Egito (Nm 11:5). Preferiram voltar a viver na escravidão por causa da comida do que louvar o Senhor pela libertação. É mais fácil tirar o povo do Egito do que tirar o Egito do coração do povo. Apesar da rebeldia e murmuração sobre a falta de carne, Deus continuou a prover alimento e água para eles.

A murmuração do “populacho” que estava no meio do povo influenciou muitos israelitas enjoarem do cardápio oferecido por Deus. É muito sério murmurar contra o Senhor. Esse povo deixou o Egito e caminhou com o povo de Deus. Muitos cristãos nominais caminham junto com a igreja como se fossem o povo de Deus, mas não tem o desejo de buscar as coisas espirituais (1Jo 2:18-19), pois são falsos irmãos, obreiros fraudulentos (Gl 2:4; 2Co 11:13) e apresentam um falso evangelho (Gl 1:6-9). Esses intrusos trazem muitos problemas para a igreja (At 20:29). Jesus alertou com a parábola do “joio e do trigo” (Mt 13:24-30, 36-43) que onde quer que o Senhor plante seus verdadeiros filhos, o diabo também vem e planta sua imitações infiltrando-se na comunidade da igreja (Jd 4).

O evangelho não é um programa social (como abolição da escravatura), não defende revolução de instituições (1Co 7:17-24), mas propõe mudanças internas à estrutura social, um novo espírito que causaria tremendo impacto. O evangelho não transforma a sociedade sem primeiro transformar pessoas. Não há transformação de sociedade à parte da transformação das pessoas. O evangelho não veio para mudar estruturas, mas transformar pessoas de forma sobrenatural, para que elas venham influenciar estruturas sociais através de uma perspectiva mais profunda, isto é, mudança de cosmovisão, pois mesmo que estruturas sociais sejam modificadas para o bem das pessoas, o coração humano procurará outros meios de oprimir as pessoas.

Precisamos estar de olhos bem abertos e de sobreaviso com este “populacho” que se denomina cristão na comunidade da igreja, mas que vive com uma conduta contrária aos mandamentos do Senhor defendendo candidatos esquerdistas que apoiam o aborto, a liberação das drogas, a ideologia de gênero e o enfraquecimento da lei e da ordem em troca de uma refeição saborosa. Estes reivindicam a graça salvadora de Deus, mas negam sua Palavra como única regra de fé e prática. Se esquecem de que a forma como tratam a Palavra de Deus é a forma como tratam o próprio Senhor, pois rejeitar o seu maná, é o mesmo que rejeitar a Deus (Nm 11:20).

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