sábado, 18 de abril de 2020

“Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada” (Habacuque 1:5)


Quando o profeta Habacuque questionou Deus sobre a violência e a injustiça praticadas dentro de sua própria comunidade, Deus respondeu ao profeta concordando com a sua queixa referente ao comportamento violento, injusto e perverso do povo da aliança. A causa do problema era que seus líderes não obedeciam a lei de Deus (Hc 1:4). Embora os problemas fossem internos, Deus diz para o profeta olhar para o cenário internacional. Estes alertas (vede, olhai, maravilhai-vos, desvanecei) foram dirigidos para o povo da aliança. O propósito das palavras de alerta tinha como objetivo a visão de uma maravilhosa obra sendo realizada por Deus, porém, mesmo sendo anunciado que o julgamento seria um ato realizado pelo poder Deus, eles não acreditariam.

O Senhor apresentou ao profeta as características da nação que iria julgar seu povo. Essa nação era má e violenta, ou seja, Deus iria disciplinar seu povo com uma nação consideravelmente pior do que eles. Em sua resposta, Deus ofereceu esperança, apesar da repreensão e da destruição que estava para vir. Habacuque confiou na revelação de Deus apesar da dura realidade, onde a experiência visível contradizia a promessa divina, pois ele esperava uma resposta de avivamento e não de julgamento.

Olhando para o cenário mundial, percebemos que o nosso mundo já estava vivendo num isolamento social muito antes desta pandemia chegar, pois estávamos vivendo em uma sociedade cada vez mais privatizada com as pessoas fechadas em seus mundos particulares. O discipulado (relacionamento pessoal) em nossas igrejas foi substituído há muito tempo pela determinação de programações. Certamente os programas são importantes, mas, o ministério pessoal, além de ser diário, ele é necessário em todas as situações e para todas as pessoas para que o seu coração não seja endurecido pelo engano do pecado (Hb 3:12-15; Jr 17:9). O isolamento social, tem um caráter progressivo e perigoso na vida da igreja, pois ele a enfraquece produzindo um: coração perverso, incrédulo, que se afasta do Deus vivo, e endurecido. O ministério pessoal e diário vem sendo negligenciado há tempos, e isso pode significar que o maior problema da igreja neste momento seja uma cegueira espiritual.

Este ministério começa em nosso lar, e deve ser realizado com frequência e prontidão diária, com humildade e com o objetivo de encorajar a pessoa a perseverar. Creio que este seja um ministério assustador porque não sabemos falar a verdade em amor. Os soldados de Deus, que estão lutando na linha de frente estão cansados precisando desse ministério de encorajamento. As acusações e as demissões de soldados são evidências de uma luta por soberania e superioridade, pois muitos líderes querem ser os heróis no centro da cena impondo suas opiniões na tentativa de compensar sua impotência e incompetência, levando as pessoas a viverem e a pensarem num estilo de vida que as agrade, quando o objetivo deveria ser unicamente a de levar as pessoas a submeterem a vontade de Deus, independente das consequências.

Dias difíceis virão, e independente do que possa surgir em nosso caminho, precisamos confiar de que Deus, em sua soberania, está realizando uma obra maravilhosa em sua igreja, despertando-a ao arrependimento e um crescimento santo. O isolamento da igreja, antes da pandemia, estava criando na sua mente uma prisão para si mesma, mas, neste contexto atual, Deus está despertando, pela obra capacitadora do Espírito (2Tm 1:7), sua igreja a encontrar liberdade em Jesus, levando as pessoas a viverem numa verdadeira comunhão diária, com espírito de humildade e reanimando-as com o seu evangelho, mesmo que ela se encontre em uma prisão de verdade.

OBS: Este artigo tem a intenção de mostrar e alertar as pessoas sobre o perigo do isolamento social na vida da igreja e sociedade, porém, entendemos que isolamento social seja uma atitude prudente no contexto atual, por se tratar de um meio preventivo ao combate da propagação de um vírus que pode ser mortal para muitos.

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