sábado, 10 de dezembro de 2022

Cosmovisão e Política: Analisando a Cosmovisão Marxista em contrabalança com o cristianismo e a liberdade de expressão


Toda cosmovisão ou ideologia tem de responder ao menos três perguntas:

CRIAÇÃO: Cada cosmovisão ou filosofia tem que começar com uma teoria de origem. De onde tudo veio? Quem somos nós e como chegamos aqui?

QUEDA: Cada cosmovisão também tem de oferecer uma explicação da fonte do mal e do sofrimento. O que deu errado com o mundo? Por que há guerras e conflitos?

REDENÇÃO: Toda cosmovisão tem que oferecer esperança, um programa de trabalho que tente inverter a “queda” e oferecer soluções para pôr o mundo em ordem outra vez.

CRIAÇÃO: Karl Marx fez da matéria Deus, ou seja, segundo seu discípulo Vladmir Ilyich Lênin, ele considerou o mundo material supremo, como sendo o criador do céu e da terra. Para o marxismo o jardim do Édem seria o comunismo primitivo. QUEDA: a humanidade caiu do seu estado de inocência para a escravidão e tirania através do surgimento da propriedade privada. A REDENÇÃO ocorre através de uma revolução (mudança de das estruturas sociais externas) que é destruir a propriedade privada (uma sociedade sem classes), derrubando reis, tiranos através do proletariado e dos trabalhadores de fábricas urbanos em revolta contra seus opressores capitalistas, para assim voltar ao comunismo primitivo (onde tudo pertence a todos, em uma sociedade que não deveria se preocupar em acumular bens).

Vemos na história que a extrema esquerda pode ser associada ao comunismo, socialismo e o nazismo. A esquerda pode ser definida como aquele modelo do espectro político em que há pouca ou nenhuma liberdade pessoal e econômica em que o partido age para estender seu domínio sobre todas as esferas da sociedade. Caracteriza-se pela crença na igualdade de poder. O mal é visto exclusivamente no outro (Exemplo: ódio a classe média; direitistas vistos como racistas). Neste modelo ideológico, o Estado ou o partido adquire uma dimensão transcendente, agindo para estender seu domínio ideológico sobre todas as esferas da sociedade.

O cristianismo sempre preservou a liberdade de expressão, ao contrário de países comandados por Stalin e Hitler, onde o comunismo e o nazismo impediam a liberdade de expressão. A Bíblia nos ensina sobre a nobreza da posição dos magistrados em Romanos 13. Nele é dito que o governo civil é ordenado por Deus (Rm 13:1), e opor-se a ele significa opor-se a Deus (v.2); ele é ministro de Deus para punir o criminoso e valorizar o cumpridor da lei (v.3-4); e a ele devemos obediência, pagando tributos para que haja segurança pública.

Mas em casos de governos tiranos e corruptos, as autoridades políticas podem e devem se opor a certos tipos de governos para restaurar a ordem política. A Bíblia autoriza à desobediência civil em casos de conflitos entre as leis de Deus a as leis dos homens (Êx 1:15-21; Js 2; 1Sm 22:17; Dn 3, 6; At 4:18-20; 5:27-29. 40-42). Por isso protestos públicos e pacíficos não são contrários a moral cristã. O aspecto do protesto pacífico é algo que o povo brasileiro precisa aprender como sinal de submissão às autoridades. As leis nos asseguram o direito de manifestar nossa insatisfação com certas leis e abuso de autoridades (artigos: 5,19, 220, CF1988).

A participação social do cristão em questões cívicas é adequada e seu engajamento não deve ser desencorajado. Sua falta de envolvimento se deve ao orgulho e covardia, pois o não envolvimento cívico é contrário aos exemplos bíblicos como dos profetas Oséias, Amós e Miquéias que trataram abundantemente sobre questões sociais.

Os cristãos podem e devem servir nas esferas públicas através de uma cosmovisão cristã, e não necessariamente através de uma linguagem puramente bíblica. Precisamos confiar na providência de Deus (veja o livro de Ester) e resgatar nossa identidade com engajamento político responsável, intercedendo por nossa nação, clamando o juízo de Deus sobre líderes corruptos, e confiando os resultados nas mãos de Deus, tendo ou não êxito político.

Lembre-se o “evangelho não é um programa social (exemplo: abolição da escravatura), não defende revolução de instituições (1Co 7:17-24), mas propõe mudanças internas à estrutura social, um novo espírito que causaria tremendo impacto”. O evangelho não transforma a sociedade sem primeiro transformar pessoas. Não há transformação de sociedade à parte da transformação das pessoas. O evangelho não veio para mudar estruturas, mas transformar pessoas de forma sobrenatural, para que elas venham influenciar estruturas sociais através de uma perspectiva mais profunda, isto é, mudança de cosmovisão, pois mesmo que estruturas sociais sejam modificadas para o bem das pessoas, o coração humano procurará outros meios de oprimir as pessoas.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

CAMPOS JÚNIOR, Heber Carlos de. Amando a Deus no Mundo: Por uma Cosmovisão Reformada. São José dos Campos: Fiel, 2019.

FERREIRA, Franklin. Contra a Idolatria do Estado: O papel do cristão na Política. São Paulo: Vida Nova, 2016.

PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo do seu Cativeiro Cultural. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O perigo da assimilação: Conformidade e isolamento – (Ester 2)

Em Ester capítulo 2 vemos dois personagens que viviam na cidade de Susã na Pérsia. O judeu Mordecai e sua sobrinha órfã Ester. O nome he...