quarta-feira, 3 de abril de 2019

A dignidade da vocação


"A dignidade da vocação reside na coerência entre a nossa vida pública e privada; entre a Palavra escrita e a Palavra pregada; entre o cuidado pessoal e o pastoral. A dignidade do ministério e do ministro consiste na dignidade do Senhor a quem ele serve" (Wadislau Gomes).

No reino de Deus certamente os últimos serão os primeiros e os que almejam os primeiros lugares, finalmente ocuparão os últimos (Mt 18:1-5; 20:16)

Somos o que somos na presença de Deus, e o que somos na presença dos homens só terá dignidade se negarmos a nós mesmos e tomarmos nossa cruz para seguir após Jesus. Excelência de caráter e excelência ministerial são conceitos inseparáveis. Se nosso testemunho não for verdadeiro isto é, se nosso discurso privado ou público não for coerente, sua falsidade será óbvia. Deus nos chamou para servi-lo e não servir a nós mesmos, Ele nos enviou para servir a Palavra de Deus aos homens, e não tornarmos a pregação da Palavra em fonte de proveito próprio. Se uma igreja não for conduzida no vínculo da paz, crendo que há somente um só corpo e um só Espírito (Ef 4:1-6), ela será conduzida na crença de uma só carne, e o espírito que motivará a igreja será um de egoísmo, competição e manipulação.

O primeiro lugar do ministério é a pregação da Palavra e, o segundo, o do pastoreio do rebanho. Não podemos crer na pregação de um pastor que não crê na autoridade bíblica. O caráter de nossa pregação valida nosso lugar no ministério. Se a vida e a obra do ministro da Palavra, da verdade e do amor cristãos não evidenciam a base de sua fé, amor e esperança, certamente o ministério não alcançará seu objetivo de glorificar a Deus a respeito de sua vida (Gl 1:24), que o propósito maior.

Ministérios e ministros de sucesso, os primeiros, não são aqueles que ocupam o primeiro lugar na disputa de vaidades, nem no concurso para “ter” a maior igreja, o melhor método e administração e marketing mais poderoso, ou a maior aceitação popular. Antes, são aqueles que se sabem prisioneiros de Cristo (Ef 3:1), servos de Deus e uns dos outros – para a glória de Deus.

E por fim, deve haver coerência entre o cuidado pessoal e o cuidado pastoral. Como poderemos nos ajudar mutuamente, se estivermos marcados por uma luta carnal, mundana e demoníaca? Como nos auxiliaremos, se estivermos empenhados numa luta de poder ministerial em vez de engajados na verdadeira batalha espiritual? Como pensaremos a mesma coisa, se discordamos e nos debatemos em termos de doutrina que deveria gerir nosso pensamento? Que estejamos preparados para ouvir, e quando quisermos ser ouvidos, procuremos um irmão que saiba amar, e fale com o coração (Rm 15:14).

 


REFERENCIAL TEÓRICO:

GOMES, Wadislau. Quem cuida de quem cuida? São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p.119-125.

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