sexta-feira, 5 de abril de 2019

Carregue pouco peso!


Quando Jesus deu as duas ordens importantes aos setenta discípulos para enviá-los às cidades e a todos nós antes de ascender aos céus, ele disse: “Quando vos mandei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? (...) Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma” (Lc 22?35-36).

Essas duas ordens ilustram algo importante. A ideia é exatamente nos ensinar a viver na dependência de Deus, abrindo mão de tudo para segui-lo, ao mesmo tempo, assumir responsabilidade pela obra, tomando tudo como instrumento de trabalho. Essa é uma questão de economia ministerial, e Jesus trabalhou esse princípio em Mateus 6:19-44.

O primeiro princípio é o do investimento de valores não rentáveis e inseguros: “Não acumuleis...” (v.19). Riquezas não são imorais, porém, a questão sobre esse assunto é resolvida quando entendemos o segundo princípio.

O segundo princípio é o de investimentos rentáveis e seguros: “mas ajuntai para vós outros tesouros no céu” (v.20). O ponto crucial da questão é o lugar onde fazer aplicação, “porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (v.21). Riquezas são bênção quando são canais da graça de Deus, e, impostas, quando canalizadas como objetos de glorificação. Existem muitos crentes que mesmo não cultuando imagens de santos, estão com o coração cheio de idolatria. Um tesouro pode ser segurança financeira, amor conjugal, filhos, perfeccionismo legalista, sucesso, reputação, opinião das pessoas. Muitos tesouros são difíceis de serem identificados pelo fato de serem compreensíveis e legítimos. Porém, um desejo legítimo pode se tornar pecaminoso, ou seja, em um ídolo, quando este se torna uma exigência. Com relação a riqueza, Paulo instruiu Timóteo, neste sentido: “não depositem sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para o nosso aprazimento...sejam ricos de boas obras...acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro” (1 Tm 6:17-19).

O Terceiro princípio é abrir os olhos para a questão da autoridade. “São os olhos a lâmpada do corpo” (v.22), e “ninguém pode servir a dois senhores” (v.24). Não podemos atender às coisas que são aparentes e temporárias e, aos mesmo tempo, manter o objetivo de alcançar as que são invisíveis e eternas. Aquele que busca estabilidade financeira, está buscando valores temporais humanos que asseguram melhoria de vida e de trabalho, mas aquele que busca transformação de caráter ao invés de sucesso na situação (2 Cr 1:11-12), está buscando os valores invisíveis e eternos que asseguram a vida e o serviço da sua vocação.

O peso que carregamos pode ser aliviado se submetermos ao Senhor toda a nossa vida, se abrirmos os olhos para reconhecer as luzes que há em nós, e a glória que há no senhorio de Cristo, pois isso controlará o foco que lançamos sobre as pessoas, situações e coisas.


REFERENCIAL TEÓRICO:

GOMES, Wadislau. Quem cuida de quem cuida? São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p. 57-62.

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