quinta-feira, 12 de maio de 2022

Questões importantes (pecados) vs. questões secundárias: transferência de culpa

Muitas pessoas ao esconderem seus pecados e sentimentos de culpa transferem a atenção das questões importantes (questões de pecado) para questões secundárias. Quando isso acontece o “problema” da pessoa se torna mais importante do que o seu pecado. Sua intenção é minimizar e desviar o foco do verdadeiro problema para maximizar as atenções das questões secundárias e transferir a culpa para os outros. É interessante observar como essas pessoas criam um certo tipo de adoração a um problema (ídolo), pois quando lhes é apresentado o caminho que leva a solução dele, elas simplesmente desistem.

Primeiro exemplo: uma pessoa pode estar obcecada pela necessidade de realizar eventos evangelísticos e ao mesmo tempo ter péssima relação com a família, com os membros de sua igreja, e com os colegas de trabalho (devido as atitudes julgadoras e hipócritas). Neste caso preocupações secundárias chamam mais atenção que os problemas pessoais e interpessoais. A Bíblia mostra claramente que isso provém de um coração orgulhoso cheio de pecados que precisa ser tratado.

Segundo exemplo: se o pastor ou o conselheiro tratar a fofoca de uma pessoa como pecado, o fofoqueiro pode dizer que o conselho é superficial, pois ele não entendeu o xis da questão. A pessoa quer que o pastor ou o conselheiro entenda que o seu problema é que ela precisa de relacionamento, e sua solidão é o motivo de sua tagarelice, porém descobrir a causa do problema não muda a atitude de ninguém. Afirmar que o problema da solidão, ou baixa autoestima seja a raiz real do problema é minimizar a natureza do pecado contra Deus e incentivar a transferência de culpa.

Terceiro exemplo: uma pessoa que trabalha demais justifica que a sua congregação, que o seu trabalho e a sua família precisam dele, mas não será o contrário? Talvez ele queira acreditar que eles precisem mesmo dele. Muitas pessoas estão se sacrificando para servirem mais a si mesmas do que à sua família, igreja e trabalho. Não conseguem ver o egoísmo oculto em suas ações. Por consequência ficam doentes e afetam a saúde de todos a sua volta.

Quarto exemplo: muitos casais iniciam seus relacionamentos com base em uma atração egoísta, ou seja, uma pessoa se envolve com alguém não porque a ama, mas porque ama a si mesmo. Ela sente-se atraída por essa pessoa porque ela é tudo aquilo que sempre quis para sua vida. A atração que ela sente pelo seu namorado ou cônjuge tem mais a ver com que ela quer para si mesma. O fundamento deste relacionamento é de autointeresse e amor próprio. Um casal pode estar atraído um pelo outro por motivos egoístas. O que uma pessoa acredita ser amor, é na verdade amor próprio fantasiado de amor verdadeiro. Por estar obcecada em realizar seus sonhos, a pessoa minimiza de todas as formas a ordem de deixar pai e mãe e de se tornar “uma só carne”, elevando problemas secundários, para continuar em desobediência a Palavra de Deus.

Quanto mais nos esquivamos de nossas responsabilidades por nossa descrença, mais culpamos os outros e vivemos saboreando o papel de vítimas. Quando nos identificamos e nos responsabilizamos por nossa incredulidade, amargura, maledicência, autocomiseração e mentira, passamos a reconhecer que o nosso maior problema nunca foi nosso opressor, mas nosso próprio coração orgulhoso.

“Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem se encobre a sua iniquidade aos meus olhos” (Jeremias 16:17)

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